Título da redação:

Mobilidade urbana como reflexo histórico

Proposta: A mobilidade urbana no Brasil

Redação enviada em 21/06/2016

A mobilidade urbana condiz com a circulação de bens e pessoas nas cidades. Desse modo, em um sistema em que se preza o direito a todos os cidadãos de livre locomoção, esses espaços são públicos e devem oferecer pleno acesso. Entretanto, a situação dos grandes centros brasileiros constitui, por vezes, um complexo de exclusão e desordem no que concerne ao transporte e à acessibilidade. A conjuntura da mobilidade no meio urbano brasileiro é o reflexo do seu histórico. Ações estatais de Getúlio Vargas e investimentos privados (oriundos da produção cafeeira) promovem a industrialização no séc. XX. Dessa forma, a concentração industrial torna-se uma realidade, pois atrai mão de obra do campo (êxodo rural) e forma grandes populações. Consequentemente, o processo é espontâneo e não planejado, contribuindo para a desorganização das cidades: vias públicas com calçadas mal projetadas, ruas estreitas para o tráfego atual e transporte público saturado com muitos usuários em determinados horários, por exemplo. Dessa maneira, os cidadãos são prejudicados com constantes dificuldades em acessar espaços públicos e deslocar-se para locais de trabalho, lazer etc. Ademais, não houve a integração de toda a população nesse espaço, ou seja, ocorre, nesse processo, a marginalização de camadas mais pobres, tanto pela especulação imobiliária, tanto por políticas de “refino urbano”. A partir daí, caracteriza-se a crescente migração pendular (da periferia ao local de trabalho), que, com o uso frequente de carros - consolidado por políticas de modal rodoviário de Juscelino Kubitschek – prejudicam a fluidez do tráfego. Por conseguinte, o meio urbano de grandes cidades como Rio de Janeiro configura-se com congestionamentos e demora no trânsito: o tempo médio até o trabalho é de quarenta minutos, consoante o Ipea. Em virtude das problemáticas apresentadas, constata-se que é preciso buscar outras opções de transporte e melhorar infraestrutura, além de integrar toda a sociedade no complexo urbano. Para isso, os governos municipais, através das secretarias de transporte, devem incentivar o uso da bicicleta, construindo e sinalizando espaços adequados e instruindo a população por meio de palestras e materiais informativos a respeito de seus benefícios. Ademais, grêmios estudantis e associações de moradores, por exemplo, devem reivindicar, por meio de protestos e organizando movimentos também pela internet, pela ampliação de serviços locais (construção de hospitais e escolas, por exemplo), e, assim, diminuir o deslocamento excessivo.