Com o advento do processo de industrialização do Brasil, a partir da década de trinta, a população urbana teve um significativo aumento. Sem qualquer tipo de planejamento por parte dos governos e de forma desordenada, as pessoas passaram a habitar o entorno dos grandes centros, onde geralmente está a maior concentração de empregos, ocupando áreas cada vez mais distantes, necessitando fazer percursos maiores para chegar ao trabalho. Dessa forma, a mobilidade urbana tornou-se uma problemática que persistiu ao longo de todos esses anos, pela falta de políticas públicas eficazes e pela péssima qualidade do serviço de transporte coletivo. É evidente que a ineficácia das políticas públicas voltadas para a mobilidade urbana esteja entre as causas do problema. A Constituição Federal de 1988 já previa a necessidade de se instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano. Mas somente em 2012 foi aprovada a Lei de Mobilidade Urbana, que positiva essa questão, no entanto, apesar da lei ter sido um avanço, poucos foram os benefícios que ela trouxe, já que na prática, quase nada mudou em relação à locomoção de pessoas, carros e mercadoria, ficando evidente no tráfego lento e nos quilométricos de engarrafamentos. Nota-se, então, a importância de, além de normatizar, desenvolver formas reais de melhorarias para o deslocamento da população. Igualmente, destaca-se a precariedade do transporte público coletivo como intensificador da problemática em questão. Ônibus e metrôs lotados, falta de segurança, alto preço das passagens, péssima infraestrutura, falta de acessibilidade são alguns dos problemas enfrentados pelos usuários desses meios de transportes. Em uma sociedade capitalista, egocêntrica e individualista, como a brasileira, oferecer esse nível de serviço não é tão convidativo, levando muitos a preferirem o transporte particular, resultando em um inchaço maior das vias públicas. Portanto, entende-se que a problemática em relação à mobilidade urbana é resultado das inoperantes políticas públicas e da precária qualidade no serviço de transporte público. A fim de encontrar soluções para a questão em pauta, o Governo Federal, em parceira com os Estados e Municípios, precisa implementar ações concretas de como melhorias das ruas e estradas adjacentes às principais, ampliação de ciclovias, construção de calçadas mais amplas e acessíveis para facilitar o deslocamento a pé, além de melhorar o serviço público de transporte coletivo, começando pela transparência nos processos licitatórios das empresas, que devem ofertar ao público melhor qualidade de serviço por um preço mais justo. Dessa forma, com a participação da sociedade essa situação poderá ser atenuada, trazendo melhor qualidade de vida para a população.