A Revolução Industrial provocou o êxodo rural, em que os trabalhadores dirigiam-se aos centros urbanos em busca de empregos na indústria. Hoje, vê-se a concentração populacional nas grandes metrópoles, trazendo consigo a macrocefalia urbana e implicações no direito de ir e vir. Nesse contexto, surge o questionamento: há lugar para todos? Em primeiro lugar, vale ressaltar os fatores que levaram os questionamentos quanto à mobilidade urbana. Especificamente no caso brasileiro, as políticas pró-industrialização de Getúlio Vargas atraíram os contingentes rurais para as cidades; hoje, somando-se a isso, o movimento de migração pendular em que os indivíduos deslocam-se de suas cidades diariamente em busca de melhores empregos e formação profissional. Desse modo, o conjunto desses fatos acarretou em uma grande concentração de pessoas em locais já fartos. Vale elencar que o uso de automóveis foi dado como prioridade durante muito tempo. O reflexo disso está na enorme circulação de carros, o que levou, por exemplo, a cidades como São Paulo adotarem um sistema de rodízio, determinando dias específicos para as pessoas rodarem com seus veículos; ainda nesse cenário, os transportes em massa tornam-se uma alternativa, ainda que supersaturados, e são amplamente utilizados, prova disso foram as manifestações contra o aumento do preço das passagens de ônibus, ocorridas em 2013. Sendo assim, é evidente a necessidade de medidas que atenuem esses impactos. Fica claro, portanto, que ações são necessárias para resolver o impasse. O Estado, em parceria com empresas privadas e o setor de serviço, deve ampliar a oferta de empregos nas pequenas e médias cidades, para que a população não seja "obrigada" a migrar para as metrópoles. Ademais, o Ministério do Transporte deve atuar na construção de ciclovias e na maior circulação de ônibus. Outrossim, a mídia deve promover comerciais que incentivem a utilização de bicicletas e transportes em massa, para que, assim, haja espaço para todos.