Título da redação:

Antes, aliada. Hoje, vilã.

Proposta: A mobilidade urbana no Brasil

Redação enviada em 25/10/2017

Na década de 1950, o governo de Juscelino Kubitschek implementou uma forte política de incentivo à indústria automobilística, evidenciada pela "cultura do carro", em que grande parte dos cidadãos passaram a se deslocar em transportes individuais. Contudo, essa prática não veio acompanhada de políticas públicas de infraestrutura e nem de planejamento urbano adequado, o que corroborou para a crise da mobilidade urbana no mundo hodierno. É pertinente salientar, antes de tudo, que a Primeira Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, no século XVIII, contribuiu substancialmente para o grande salto tecnológico nos transportes e máquinas, já que foi a partir de então que o homem passou a se deslocar com maior facilidade, e em menor tempo. Entretanto, o que antes fora um grande aliado para a sociedade, hoje, tornou-se um grande vilão, dado que a falta de planejamento urbano gerou um colapso nos dias atuais, que, lamentavelmente, colaborou com o surgimento de um caótico trânsito nos centros urbanos e para o sucateamento dos transportes coletivos nas grandes cidades. Tal conjuntura é, ainda, intensificada por sérios riscos ambientais que podem potencializar esse impasse, uma vez que os veículos provocam intensa poluição do ar e uma acentuada poluição sonora. É notável, desse modo, que o mundo necessita de mudanças que contribuam para a amenização dessa prática que impacta diretamente na qualidade de vida do cidadão. Fica evidente salientar, ademais, que o Estatuto da Cidade, assinado no Brasil, em 2011, não está surtindo muito efeito, uma vez que essa lei assegura o direito da livre circulação dentro das cidades, como também garante o desenvolvimento e planejamento prévio da mesma; e, infelizmente, isso não está sendo uma realidade para os cidadãos brasileiros. Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (DETRAN), por ano, cerca de 40 mil pessoas morrem em acidentes de transito, e, em 2014, o Estado gastou, aproximadamente, um bilhão de reais com o Sistema Único de Saúde (SUS) para cuidados médicos com as vítimas; dinheiro que poderia ser investido em melhorias na infraestrutura urbana, o que reduziria significativamente o número de acidentes, tendo em vista que esses ocorridos são favorecidos pela má qualidade das vias públicas. Assim sendo, são imprescindíveis medidas que tragam mudanças benéficas para o homem contemporâneo, pois embora tenha esse direito por lei, no que tange à qualidade, ainda necessita de subsídios acessíveis para que tal medida seja concretizada. Fica evidente, portanto, que a crise da mobilidade urbana está quase sempre atrelada às inovações adquiridas no decorrer do tempo, já que, desde a Primeira Revolução Industrial, o homem não para de fazer mudanças no mundo em que vive, sem perceber que, na maioria dos casos, há certa probabilidade de prejudicar o seu sucessor. Como já dizia Newton, em sua primeira lei, que existe uma força a qual deve ser aplicada para que certo objeto saia da inércia; hoje, o objeto simboliza mobilidade urbana, e a força, a sociedade e o Estado trabalhando em conjunto para sanar esse impasse. Logo, é de responsabilidade do Estado investir em transportes coletivos de qualidade, e não poluentes, como, também, expandir as faixas exclusivas dos ônibus, pois assim incentivaria o cidadão a fazer uso desse meio de transporte acessível, e, com isso, reduziria o trânsito das grandes cidades. Além disso, a Prefeitura deve investir em ciclofaixas para incentivar o cidadão a usar meios alternativos de transporte. O Poder Legislativo pode criar uma lei na qual proíba, pelo menos uma vez por semana, o uso de transporte individual, como carros e motos, para reduzir os impactos já causados na humanidade.