No Período Neolítico, com a transição da caça e coleta para a prática da agricultura, houve também, a sedentarização do homem e o consequente surgimento de aglomerados humanos, os quais resultaram, mais tarde, na formação das cidades. Nesse contexto, tem-se, no período hodierno, a problemática da mobilidade urbana, a qual, diferentemente do que ocorreu na pré-história, é obstaculizada devido aos avanços técnico-científicos das últimas décadas. Desse modo, convém analisar aspectos motivadores para o impasse, bem como os efeitos precípuos dele. Cabe pontuar, em um primeiro plano, os impactos gerados pelas revoluções industriais ocorridas, incialmente, no século XVIII. Nesse cenário, a prática dos cercamentos provocou um intenso êxodo rural e resultou na formação desorganizada das cidades, com ênfase, na ocupação da periferia, haja vista os altos preços dos imóveis nos centros urbanos. Somado a isso, é indubitável que, com a ascensão do modelo de produção fordista, a sociedade passou a usufruir dos automóveis, acentuando, assim, o problema da mobilidade urbana no país e intensificando questões ambientais, haja vista a demasiada queima de combustíveis fósseis. Vale ressaltar, em uma análise mais profunda, as implicações ocasionadas pelos entraves no deslocamento urbano. Segundo Isaac Newton, para toda ação há uma reação de igual intensidade e sentido oposto. Sob tal ótica, é inegável que a ação antrópica sobre o meio ambiente, por meio da emissão de gases estufa pelos automóveis, não só prejudica a natureza. Como também dificulta o acesso aos serviços públicos de saúde e educação, visto que o intenso tráfego atua como obstáculo à utilização desses mecanismos. Diante disso, vê-se que a execução das atividades diárias é retardada pelo não planejamento das cidades e negligência humana. Infere-se, portanto, que o imbróglio do deslocamento urbano necessita ser suplantado. Nessa perspectiva, é essencial que o Governo Federal amplie o investimento no modal ferroviário de transporte, por meio de parcerias público-privadas, com o fito de aumentar o uso do transporte em massa e facilitar a locomoção no âmbito das cidades. Outrossim, é imprescindível a atuação do Poder Executivo Municipal na elaboração de uma “Agenda Limpa”, por meio da qual se estabeleça um dia da semana em que cada bairro deverá suspender o uso do veículo individual e priorizar a bicicleta, com a aplicação de multas àqueles que negligenciarem a ordem. Só assim, caminhar-se-á ao desenvolvimento urbano sustentável e sobrepujar-se-á os entraves da mobilidade.