Título da redação:

A construção do novo paradigma da mobilidade urbana

Tema de redação: A mobilidade urbana no Brasil

Redação enviada em 15/07/2016

A mobilidade urbana é considerada área estratégica para o desenvolvimento de um país. Sendo assim, deficiências nela afetam também outros segmentos vitais para os cidadãos, como saúde, educação, finanças e cultura. Em virtude disso, um gerenciamento eficiente por parte do governo é determinante no controle das demandas de crescimento das grandes e médias cidades. Logo, é imprescindível analisar a situação catastrófica do trânsito brasileiro e promover facilidade de locomoção nas cidades para contornar os déficits de produtividade e de qualidade de vida da população. A priori, o paradigma atual da mobilidade urbana evidencia que não é de interesse público melhorar, de fato, a qualidade de vida da população, porquanto, na última década, o aumento de renda do brasileiro não foi acompanhado por planejamentos e investimentos que sustentem as novas demandas de consumo. Por exemplo, um dos fatores que contribuiu para isso foi a redução do IPVA, resultando em um crescimento descontrolado de automóveis, o qual se configurou como uma problemática de grave custo social. Segundo o relatório do Observatório das Metrópoles, a frota de automóveis no Brasil dobrou nos últimos dez anos. Portanto, atitudes irresponsáveis, principalmente, por parte do setor público acarretam o círculo vicioso das dificuldades de mobilidade urbana e estão intrinsecamente ligadas às medidas paliativas para conquistar o eleitor (futuros votos). Em virtude disso, a adoção de medidas alternativas para o transporte nas cidades representa a primazia para o contorno dos déficits de produtividade e de segurança no trânsito. Por exemplo, o incentivo ao uso de transportes individuais é responsável também pelo aumento da poluição e do número de acidentes, resultando em mais gastos e problemas para a saúde pública. Conforme o Ministério da Saúde aproximadamente 50 mil pessoas morrem por ano nas estradas e ruas do país vítimas da violência do trânsito. Além disso, o tempo perdido no trânsito brasileiro resulta em um desgaste psicológico dantesco, pois o cidadão poderia estar investindo em lazer, estudo e descanso. Tais fatores, a toda evidência, podem aumentar os índices de evasão escolar, os déficits na formação de profissionais e, consequentemente, afetar o rendimento em todas as esferas sociais. Portanto, o incentivo à indústria de veículos de forma desordenada, visando somente ao capitalismo se contrapondo à falta de estruturação do transporte público, coloca o Brasil na contramão do desenvolvimento sustentável. Em síntese, soluções coletivas de transporte urbano em detrimento das opções individuais norteiam um caminho mais sapiente para o crescimento do país. Dessa forma, é imprescindível mudar a matriz brasileira de transportes com a redução de combustíveis poluentes e com a generalização do uso das bicicletas, a partir da implementação de mais ciclovias, principalmente, nas áreas centrais. Além disso, cada cidade deve ter um estudo específico, mapeando e otimizando os seus espaços. No caso da ampliação das redes de metrô, por exemplo, muitas cidades reduziriam significativamente o tempo de deslocamento em grandes trajetos, e como consequência diminuiria os custos para a população. Nesta ordem, é imperativo um conjunto de medidas para tornar possível um deslocamento eficiente e barato, com opções de transporte ditadas pela racionalidade e pelas necessidades da população.