Na Constituição Federativa do Brasil consta que: ’’Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais é o terceiro objetivo fundamental da República Federativa do Brasil ’’. Embora passado quase 30 anos da promulgação da Constituição, a luta pela igualdade social está presente somente no papel. Nesse âmbito, devido à alta concentração de renda, atrelado à não priorização de políticas de inclusão social, ajuda a explicar porque a desigualdade coletiva é um infortúnio que precisa ser combatido. Prisma estritamente histórico, as disparidades sociais originaram-se no Brasil na colonização por Portugal, através da mão de obra utilizada que era escrava, em sua maioria de negros. Posteriormente, com a libertação dos escravos pensa-se que estes teriam uma melhora em suas condições de vida, contudo esses foram libertos sem nenhuma garantia, o que se fosse possível piorou ainda mais as suas condições, já que não possuíam emprego, moradia, sendo ainda mais segregados. Observa-se, então, que esse fenômeno da formação nacional ainda perpetua na atualidade, uma vez que, segundo o IBGE, 76% dos pobres do país são negros. Entretanto, de acordo com o sociólogo Karl Marx, a história da humanidade se baseia em contradições que refletem na apropriação e dominação, dando origem ao contraste social. Ao seguir essa linha de pensamento, na novela transmitida pela Rede Globo em 2015, I Love Paraisópolis, nota-se a dessemelhança entre os dois lados de um muro, o bairro nobre, Morumbi, e o aglomerado subnormal, Paraisópolis. Dessa maneira, mostra dois mundos totalmente diferentes causado, segundo o relatório de ONU, pela falta de acesso à educação de qualidade e a dificuldade de acesso aos serviços básicos como saúde, transporte público e saneamento básico pelas pessoas mais pobres. Infere-se, portanto, que para atenuar o combate a desigualdade social, torna-se imperativo que o Estado, na figura do Ministério das Cidades e por meio dos impostos arrecadados pela receita federal, invista maior parte na ampliação do acesso da população à moradia, saneamento e transporte, para melhorar as condições de vida dos moradores das periferias. Ademais, urge que o Ministério da Educação invista em ensino escolar, para melhorar a qualidade das escolas e, consequentemente, incentivar aos alunos a ascensão social através dos estudos. E, por fim, que o Governo crie mais políticas públicas com incentivo à inclusão social, como o Bolsa Família que tirou milhões da miséria, pois como uma frase adaptada de Jorge Amado: '' A igualdade é como o sol: o bem maior do mundo''.