Apesar dos recentes avanços no combate à desigualdade social, o Brasil continua a ser um dos países com maior concentração de renda existentes no mundo. Nesse contexto, mulheres, negros e pessoas trans são exemplos daqueles que mais são afetados pela falta de oportunidades e representação política. Sendo assim, é justamente a maior parte da população quem sofre com esse sistema, que incapaz de fornecer educação, saúde e moradia de qualidade, acaba perpetuando o ciclo da desigualdade onde quem nasce rico, continua rico e quem nasce pobre, continua pobre. É importante pontuar, de início, que a desigualdade social está, em muitos casos, diretamente ligada à orientação sexual, gênero e cor dos indivíduos. Partindo dessa realidade, ao terem que enfrentar dupla jornada de trabalho, menores salários, discriminação e, como no caso de pessoas trans, total exclusão do mercado de trabalho, estes indivíduos ficam em desvantagem em comparação aos homens brancos na sua busca por ascensão profissional e econômica. Portanto, mulheres, negros e pessoas trans acabam sendo as principais vítimas desse sistema, impossibilitando a ascensão social justamente daqueles que representam a maior parte da população brasileira. É fundamental pontuar, ainda, que além da desigualdade econômica, existe também a desigualdade politica, em que o poder politico não reflete a diversidade da população e, consequentemente, suas necessidades e anseios. Dessa forma, os interesses da maior parte da população, tais como educação, saúde e moradia, são colocadas de lado em nome dos interesses de uma minoria privilegiada. Dessa maneira, perpetua-se o ciclo da desigualdade ao impedir que porções fragilizadas da sociedade possam ter acesso a serviços públicos de qualidade. Em vista dos argumentos apresentados, é de fundamental importância reformar o sistema eleitoral, criando cotas para negros, mulheres e pessoas trans, de maneira a que o poder político possa espelhar a diversidade da população. Para isso, porém, é necessário que os movimentos sociais, por meio das redes sociais, busquem conscientizar a população da importância de lutar por direitos e representatividade. Também é necessário, por meio de pressão popular organizada pelos movimentos sociais, reformar o sistema tributário para torna-lo progressivo, para que quem ganha mais, pague mais.