No decorrer da história da humanidade, grandes e prósperas civilizações foram construídas sobre um modelo de sociedade estamental, que se caracteriza pela divisão social em níveis, ou estamentos, e pela impossibilidade de mobilidade social por parte dos indivíduos componentes dessas civilizações. Contudo, esse tipo de estrutura social não se dissolveu com o passar do tempo, de maneira que sociedades contemporâneas, como a brasileira, ainda sofrem com o principal legado histórico das civilizações estamentais: a desigualdade social. No Brasil, esse fenômeno atinge proporções alarmantes. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013, 66% das famílias brasileiras possuíam uma renda mensal de até R$ 2034, enquanto apenas 5% da sociedade ganhavam acima de R$ 6780. Esses dados se justificam, sobretudo, pela falta de oportunidades educacionais e profissionais, que são os principais agentes da ascensão social, em áreas carentes da sociedade. Com o intuito de sanar o problema de desigualdade social no país, o Governo faz uso de políticas públicas que visam a inserção direta de renda para famílias financeiramente desfavorecidas, a exemplo do Bolsa Família. Essa estratégia, no entanto, mostra-se ineficiente em longo prazo, uma vez que ela apenas remedia a situação, além de estabelecer uma relação de dependência em rendas dessa natureza, por parte das famílias beneficiadas. Apesar disso, há outros meios de amenizar a desigualdade social através de políticas públicas que tenham como objetivo a geração de empregos para grupos sociais de baixa renda. Além disso, o investimento governamental em educação profissional se faz necessário. Dessa forma, é possível almejar uma distribuição de renda mais democrática no Brasil.