"O Brasil, último país a acabar com a escravidão, tem uma perversidade intrínseca na sua herança, que torna a nossa classe dominante enferma de desigualdade social, de descaso". A frase do político brasileiro Darcy Ribeiro deixa nítida que, apesar dos mais de 300 anos de escravidão em consonância com a colonização elitista , ainda existe uma disparidade social histórica no cenário nacional hodiernamente. Nesse contexto, é preciso refletir sobre dois aspectos relevantes, como a precária educação pública e as más condições de vida que não são ideais para o bem-estar da sociedade. A priori, vale ressaltar que a atual conjuntura educacional oferecida à população mais pobre do país - caracterizada por escolas sucateadas e professores mal-remunerados - impede que aconteça a ascensão pessoal dessa grande parcela da população. Comprova-se isso por meio da premissa do revolucionário Nelson Mandela, o qual disse que a educação é o grande motor para o desenvolvimento pessoal. Dessa forma, vê-se que o sistema educacional brasileiro, principal meio para elevar o Índice de Desenvolvimento Humano(IDH) - evidenciador das necessidades básicas de um país-, deve oferecer mais oportunidades iguais de estudo como forma de diminuir essa desigualdade em evidência no nosso país democrático. Ademais, convém frisar que a imposta condição de vida é outro fator responsável por essa disparidade socioeconômica. Historicamente, para promover o embelezamento das grandes cidades, essa parcela sempre foi direcionada para ocupar as periferias das metrópoles. Uma prova disso está em uma pesquisa realizada pelo IBGE, a qual mostra que 40% da população mais pobre vive em favelas, ou seja, habitam lugares distantes do centro urbano e acabam sendo desprivilegiados de terem acesso à saúde, emprego e saneamento básico adequados, o que corrobora com a frase do Papa Francisco: "Os direitos humanos são violados pela existência da extrema pobreza e estruturas econômicas injustas, que originam as grandes desigualdades". Diante disso, percebe-se que as más condições de vida aumentam, ainda mais, as diferenças sociais entre os brasileiros. Destarte, medidas são necessárias para aumentar a igualdade social. É imprescindível que o Ministério da Educação(MEC), com a verba arrecadada todo mês, aumente o número de escolas nos lugares onde o acesso à educação é precário, a fim de promover o mesmo acesso de conhecimento às pessoas que não têm condição suficiente para pagar uma escola privada. Outrossim, o Ministério do Desenvolvimento Social pode melhorar as condições de vida da sociedade mais pobre, levando saúde e trabalhos assalariados para essa parcela da população, com o fito de promover o progresso dos brasileiros que precisam dessa ajuda. Decerto, assim, o ser humano proposto pelo filósofo Rousseau, produto do meio em que vive, seja inserido em uma sociedade mais igualitária.