Desde o Iluminismo, já sabemos – ou deveríamos saber – que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa a persistência da desigualdade social no Brasil em peno século XXI, percebe-se que esse ideal iluminista é verificado na teoria e não desejavelmente na prática. Alguns passos, como a criação do CadÚnico e o Plano Brasil Sem Miséria em conjunto com o programa Bolsa Família, já foram dados na tentativa de se reverter esse quadro. Entretanto, para que seja conquistada uma convivência realmente democrática, hão de ser analisadas as verdadeiras causas dessa desigualdade. De acordo com resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad-2011) na avaliação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ocorreu a diminuição da pobreza e consequentemente da desigualdade social no Brasil. Contudo, essa desigualdade está longe de acabar totalmente, visto que pode se observar esse fenômeno desde distribuições de rendas, a tratamentos para com pessoas de diferentes camadas sociais. Em março deste ano, a esposa do ex-governador Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, foi condenada à prisão domiciliar para poder cuidar dos seus filhos, em contrapartida existem detentas, de camada sociais menores, que têm esse privilégio negado veementemente. Outrossim, há uma disparidade no tratamento de um usuário de drogas de periferias e um mesmo usuário morador de áreas nobres. Este último costuma ser tratado de forma mais branda, quanto à criminalidade. A atual Constituição brasileira, em seu terceiro artigo, define como objetivos fundamentais do país a construção de uma sociedade livre, justa e solidária; a garantia do desenvolvimento nacional; a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades sociais e regionais; a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Porém, essa constituição vem sendo desrespeitada, porque mesmo o Brasil estando entre os dez países com maior PIB, pessoas pobres estão cada vez mais pobres e colocadas a margem da sociedade tendo os seus direitos básicos, amparados pela mesma constituição, negados. A fim de que se reverta esse cenário problemático, portanto, seria pertinente a atuação do Ministério da Educação para que haja um maior investimento em ensino e materiais de qualidade, reformas na escola e criação de novas turmas, afim de que se diminua a quantidade de alunos por turma, e ocorra um aumento no nível de capacitação educacional desses alunos, possibilitando um maior ingresso em ensinos superiores. Além disso, é necessário que os governos estaduais, municipais e federais trabalhem juntos, para que haja melhora na condição de trabalho de profissionais da saúde, na infraestrutura de hospitais já existentes e a criação de novos hospitais, para atender uma maior demanda da população. Toda essa desigualdade não será resolvida a curto prazo, mas investir em educação e saúde diminui drasticamente esse problema.