Título da redação:

A Igualdade Roubada

Tema de redação: Meios para superar a desigualdade social no Brasil

Redação enviada em 29/06/2018

No conto “A Carta Roubada” de Edgar Allan Poe, um delegado encontra-se exausto após revirar a casa do principal suspeito pelo furto. Porém, não contava que a carta poderia ser encontrada com facilidade: bastava apenas abrir o porta-cartas sob a lareira. O conto do escritor estadunidense mostra que, não raro, a solução para os problemas encontra-se na obviedade. Traçando-se um paralelo, acredita-se que a desigualdade do Brasil é um caso impossível de se solucionar. Contudo, não se entende que, mesmo parecendo óbvio, a educação é o principal caminho para a redução de tal problema. Primeiramente, o gérmen da desigualdade no país é proveniente de uma relação exploratória da qual os portugueses buscavam apenas a obtenção de lucros com a colônia e não o povoamento. A ausência de escolas e faculdades contrastava com a política feroz de exploração. Nesse ínterim, a concentração de terras, riquezas e poder aumentou enquanto que a ausência de investimento na educação permaneceu. Conforme dados divulgados pelo Censo Escolar de 2010, pessoas com mais estudo possuem maior renda. Assim, infelizmente, tal problema tornou-se um ciclo - obterá melhor educação quem possui maior renda - e só poderá ser interrompido com políticas efetivas voltadas à educação tão deficiente no Brasil. Segundamente, programas como Bolsa Família são de fundamental importância, pois hoje, de acordo com a ONU, o Brasil é o país que mais reduziu a desigualdade no mundo. Todavia, a desigualdade ainda é um marco, uma vez que tais programas ajudam, porém não solucionam. Um país que resolveu tal questão foi a Coréia do Sul. Essa chegou a ter seu IDH inferior ao de países africanos. Não obstante, dedicou boa parte de seu PIB para a capacitação de professores e investimento em estruturas educacionais. Hoje, o Tigre Asiático exporta tecnologia de ponta, tem alto IDH e umas das maiores queda no coeficiente de GINI da história. Logo, tal exemplo corrobora a imensa importância da educação para mudar a história de um país, uma vez que tem o poder de mudar desde a qualidade de vida até a concentração de renda. Em suma, para solucionar tamanha desigualdadecabe ao Governo do Estado não deixar que programas como o Bolsa Família acabem. Outrossim, aumentar, por meio de uma emenda constituicional, a porcentagem do PIB destinado à área da educação. Tal dinheiro seria investido na capacitação de professores, melhoria das estruturas escolares e a bolsas de auxílio aos estudos desde o primário até o Ensino Médio, estimulando os alunos a buscarem melhores resultados e evitando, simultaneamente, a evasão escolar. Por conseguinte, o país atingirá o desenvolvimento sem que seja concentrado a um determinado grupo. Logo, a educação será o “porta-cartas” com a solução que romperá tal ciclo de desigualdade.