A quantidade de lixo gerado no Brasil aumenta largamente em relação ao crescimento populacional, transformando o lixo em um problema de saúde pública já que boa parcela da população não tem acesso a serviços de tratamento de lixo e saneamento básico, além do impacto ambiental negativo. De todo lixo desperdiçado, quase 60% é lixo orgânico (ABRELPE). O lixo orgânico ao ser depositado nos clássicos lixões abertos atrai animais, como ratos, baratas e urubus, e ao começar o processo natural de decomposição, libera chorume (líquido riquíssimo em nutrientes). Esse chorume mistura-se aos demais resíduos presentes, como os metais pesados encontrados em pilhas e baterias, podendo atingir lençóis freáticos e corpos d’água, contaminando-os, além do mau cheiro. Uma alternativa para esse lixo orgânico é a compostagem, que é um processo simples e barato, podendo ser feito a nível industrial e também domiciliar. Ao montar uma composteira doméstica, a pessoa além de evitar os problemas acarretados com o descarte tradicional, produz uma terra ricamente adubada ideal para o plantio e recuperação de solos pobres, além de diminuir ou zerar o uso de agrotóxicos na agricultura que visa complementar os nutrientes do solo, tornando-se uma plantação orgânica, e o chorume resultante também é utilizado como adubo foliar. Mas só o uso da composteira não é suficiente. É necessário que a população seja conscientizada sobre suas ações, que descubra que não existe “jogar fora”, pois “fora” ainda é dentro do planeta. Incentivar alternativas para o uso desse lixo, como a coleta seletiva e reciclagem, é fundamental para a melhoria da qualidade de vida. Isso tudo só será possível com o investimento das prefeituras na educação ambiental popular.