Vivemos em uma sociedade em que o crescimento urbano, somado ao avanço das técnicas de produção e maior acessibilidade de consumo, tem como subproduto quantidades enormes de lixo. Desse modo, o excesso de lixo, quando não tratado adequadamente, tem influência direta na qualidade de vida da população e, também, efeitos negativos no meio ambiente. No entanto, se tratado de maneira correta pode propiciar meios de lidar com outras mazelas existentes em nossa sociedade, tais como o desemprego e as dificuldades na geração de energia alternativa. No Brasil mais da metade do lixo produzido é de origem orgânica, tal lixo, quando decomposto, libera gases, água e chorume. Nesse sentido, os aterros sanitários surgem como meio alternativo, eficiente e benéfico de lidar com o lixo em questão, tendo em vista que possibilitam a captação e armazenamento dos gases liberados, propiciando, assim, a sua reutilização em forma de combustível. Não obstante, os aterros nos permitem captar, também, o chorume, composto altamente poluente, e transformá-lo em adubo agrícola, ocasionando, por fim, maior integração entre campo e cidade. Ademais, a reciclagem, facilitada através da coleta seletiva, apresenta-se como forte alternativa no que diz respeito ao rumo de outros materiais presentes no lixo brasileiro, entre eles o plástico e o papel. Nesse contexto, tal alternativa traz consigo variados benefícios à sociedade seja através da criação, definitiva e crescente, de empregos, ou pela potencialização de nossa matéria prima, tendo em mente a reutilização de materiais, ou ainda, pela diminuição da poluição residual no meio ambiente. Portanto, pode-se concluir que o excesso de lixo traz consigo graves problemas sociais e ambientais. Porém, a busca de meios que se relacionam à resolução de tais problemas pode, além disso, oferecer meios alternativos de lidar com outros problemas comuns à sociedade. Contudo, para que isso ocorra, é necessária a ampliação e valorização, seja pelos órgãos governamentais ou empresas privadas, da prática de reciclagem no que tange aos resíduos sólidos, tendo como finalidade a diminuição da poluição residual e, como consequência, a geração de empregos, e, analogamente, além de investir nos já existentes, criar novos aterros sanitários visando o aproveitamento de resíduos orgânicos e, conjuntamente, a diversificação das matrizes energéticas do país.