Ao longo do processo de formação do estado brasileiro, entre o século XVII e XXI, o descarte de resíduos sólidos e orgânico nunca foi uma preocupação abordada pelas autoridades. Como resultado, o Brasil de maneira paradoxal ao ideal está entre os maiores produtores de lixo, porém com destinos precários se comparado a outros países. Logo, acabar com os lixões e conscientizar a sociedade sobre a destinação correta do lixo produzido simboliza um desafio necessário para um legado positivo para as gerações futuras. Durante o período colonial, era comum destinar os dejetos de um casa sobre as ruas da cidade. No momento presente, apesar do lixo não estar próximo dos centros urbanos, o deposito ainda se encontra a céu aberto em muitas cidades brasileiras. No ano de 2014 o governo decreta uma norma para o fim dos lixões, que ainda continuam existindo devido a falta de verbas destinadas para a construção de aterros sanitários. Como conseguinte, pessoas são expostas diariamente a materiais contaminados e a ocorrência de uma grave poluição do ar e do lençol freático pelo gás metano e o chorume produzido pelo lixo orgânico coloca em risco o meio ambiente. Aliado a um dos principais fatores para o aumento da disposição de lixo está o estilo de vida atual, que consiste no consumo exagerado e obsoleto de produtos. Constantemente embalagens não biodegradáveis embalam uma série de produtos que serão descartados no meio ambiente. Contudo, são materiais capazes de gerar renda ao ser reciclados ou reutilizados através de cooperativas municipais que busquem retirar famílias de lixões para inseri-los em um trabalho de seleção e coleta de embalagens que representam algo positivo, visto que, apenas 3% do lixo produzido no Brasil, segundo a revista Exame, passam por esse processo. Portanto, podemos inferir, que o excesso de lixo no Brasil pode gerar oportunidades que ainda são ocultas para muitos da sociedade. Desse modo, cabe ao Poder Judiciário fiscalizar se as leis de encerramento de lixões estão sendo empregadas nos municípios; alem disso, deve incentivar a abertura de cooperativas de reciclagem e criar campanhas para que a população separe o lixo de acordo com o tipos de materiais. Assim, o aproveitamento de que era considerado dejetos possa representar uma novas perspectiva para o legado brasileiro.