Reduzir, reutilizar, reciclar e repensar. Conhecidas como “4R's”, essas são quatro palavras que, há muito tempo, estão relacionadas ao controle e tratamento do excesso de lixo, tanto no Brasil como no mundo inteiro. Atualmente, contrariando essas ideias, a situação do lixo produzido em território nacional se encontra muito aquém do ideal, denunciando uma latente necessidade de se criar soluções para reverter o preocupante excesso que se tem observado. Elementos como a conscientização da sociedade e o apoio financeiro e tributário para empresas de reciclagem, mostram-se determinantes para a transformação dessa realidade. Em primeiro lugar, é preciso entender que a responsabilidade do lixo, tanto na produção quanto no descarte, compete a toda sociedade, ou seja, desde o consumo doméstico até o industrial, é essencial que haja consciência sobre os impactos que o descarte inadequado irá provocar para as pessoas e para o meio ambiente. Segundo dados da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), o Brasil produz, anualmente, mais de 79,9 milhões de toneladas de lixo, encaminhando somente 3% desse total para a reciclagem. Como resultado, além do aumento excessivo, em cidades sem aterro sanitário, há o risco de poluição do lençol freático por meio das substâncias que penetram no solo. Outrossim, a dificuldade de conseguir competitividade comercial para produtos reciclados é algo que atrapalha intensamente o aumento de empresas de reciclagem no país, tornando essa situação nacional de excesso de lixo ainda mais problemática. Segundo a Abimaq (Associação Brasileira de Indústria de Máquinas e Equipamentos), faltam investimentos do Estado em financiamentos a empresas de reciclagem, assim como políticas fiscais que reduzam a tributação na produção e comercialização dos produtos reciclados. Como retorno, após esse apoio, os produtos reciclados, indubitavelmente, tornar-se-iam mais competitivos, principalmente por passarem a possuir preços mais atrativos ao consumidor final. Dessa forma, soluções para controlar o excesso de lixo no país serão possíveis com abordagens que partam, da conscientização da sociedade ao apoio financeiro do Estado. Primeiramente, com a criação de aplicativos de celular, por meio de parceria entre prefeituras e universidades, com explicações sobre os tipos de lixo, a maneira ideal para separá-los e pontos de descarte em cada município. Em seguida, com o apoio fiscal e tributário dos governos de cada estado, aplicar-se-ia o fornecimento de subsídios financeiros para empresas interessadas na coleta e reciclagem dos materiais, corretamente separados pelos cidadãos. Por fim, como parte do acordo financeiro entre governo e empresas, os produtos desenvolvidos seriam comercializados a preços mais acessíveis a toda a população. Após essas medidas, certamente, o tratamento do lixo produzido em cada cidade do país caminharia em consonância com os quatro preceitos da abordagem sustentável.