Após os adventos da Revolução Industrial, mais especificamente depois da metade do século XIX, a sociedade brasileira aumentou o seu consumo de produtos industrializados. Entretanto, as ações do Estado e da sociedade, no que diz respeito ao tratamento do lixo gerado por esse consumismo, não acompanharam esse crescimento, seja porque o Estado vê o lixo como algo irrelevante ou porque a sociedade excetua-se dessa obrigação. Em uma primeira abordagem, é importante ressaltar que, segundo dados do site Sua Pesquisa, o Brasil ocupa o 5° lugar no ranking mundial de produção de lixo, isto é, o consumo dos brasileiros iguala-se ao dos habitantes de países desenvolvidos. Vale lembrar que o problema surge do fato de que, no Brasil, diferentemente dos países desenvolvidos, não há mecanismos eficientes para a coleta e reciclagem do lixo, pois os administradores públicos brasileiros não veem o lixo como um problema a ser tratado com excessiva atenção. Desta forma, por não haver políticas públicas voltadas para essa temática, quase todos os estados brasileiros ainda fazem uso de recursos rudimentares e de pouca eficácia. Assim, é comum vermos, nas grandes e pequenas cidades, lixões e aterros sanitários empregados de forma errada, prejudicando grandemente a vida dos habitantes destes municípios e o meio ambiente. Em uma análise mais aprofundada, faz-se pertinente sinalizar que, pelo fato de milhares de brasileiros presumirem que o Estado é o único encarregado de fornecer o destino correto do lixo, esse revés tem se agravado. Tudo isso porque esse pensamento equivocado- de que o lixo não é problema da sociedade- nunca permitirá que o Brasil apresente êxito no tratamento e reciclagem dos mais diversos resíduos, pois é necessária a ação conjunta desses dois agentes para que o resultado seja eficaz. Destarte, de nada adiantará os investimentos milionários do Estado em equipamentos modernos, por exemplo, de transporte e coleta de lixo se a população não respeitar os horários e não condicioná-los de forma correta. Torna-se evidente, portanto, que a problemática do tratamento adequado do lixo é algo que exige soluções imediatas. Para isto será preciso que o Estado disponibilize verbas para que as prefeituras municipais possam aplicá-las na construção de postos de coleta de lixo e na criação de campanhas educativas, objetivando ensinar a população como manusear corretamente o lixo. Ademais, as escolas terão de desenvolver palestras e seminários com pais e filhos para que estes desenvolvam uma consciência ambiental e sejam críticos da escassez de políticas públicas voltadas para reciclagem do lixo.