Apesar da atual crise econômica, o Brasil passou por um período de crescimento e que teve como resultado melhora significativa na vida dos brasileiros, acarretando no aumento do consumo e por consequência, do lixo. Apesar disso, o desenvolvimento do país não foi acompanhado de melhoras significativas no condicionamento de resíduos sólidos, e isso traz problemas sociais, econômicos e ambientais. A Revolução Industrial, além de ser um marco no modelo de produção e ter proporcionado mudanças no modo de produção e ter proporcionado mudanças no modo de vida das pessoas, por introduzir novas tecnologias, por exemplo, também é um divisor tanto no tipo de lixo quanto na quantidade. Antes desse evento, o lixo nas residências era basicamente orgânico, hoje, existe uma variedade de resíduos, como diversos tipos de plásticos, metais e papéis. Além disso, houve uma melhora significativa na qualidade de vida, aumento da população mundial e de produtos ofertados, resultando em mais consumo e produção de lixo. Esse é exatamente o cenário do Brasil, associado ao fato do país não ter crescido em infraestrutura para um gerenciamento e acondicionamento correto do lixo. Em 2010, foi criado a lei de resíduos sólidos, em que entre os seus objetivos há propostas para impulsionar hábitos como o consumo sustentável, coleta seletiva, aumento de reuso e reciclagem e extinção dos lixões, esse último previsto para acontecer até o final de 2015, o que infelizmente, não ocorreu. O Brasil ainda tem mais de 40% do lixo depositado em lixões, e segundo o Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (IPEA) apenas 13% de todo o volume produzido passa por coleta seletiva para ser reciclado. Isso gera perdas econômicas, pois o país poderia ganhar bilhões ou mesmo economizar se utilizasse de forma proveitosa os resíduos, utilizando a logística reversa, ou seja, utilizar o objeto para construir a matéria prima (reciclagem). Ademais, existe outros problemas, como a poluição do solo, mananciais e rios por causa do acúmulo, descarte incorreto do lixo e produção de chorume. Em virtude dos fatos mencionados, verifica-se que é preciso haver maior atenção com o lixo, seria interessante a organização de uma cadeia de produção, a fim de que o lixo seja aproveitado o máximo. O MEC poderia implantar campanhas de conscientização nas escolas para pais e alunos, a fim de informar a importância da coleta seletiva, do reuso, consumo consciente e reciclagem. Prefeituras e ONG’s ficariam encarregadas da reciclagem e poderiam usar o lixo que sobra após o processo como fonte de energia, por meio da queima dos mesmos, associado ao uso de filtros para captar os poluentes como as cinzas, as quais podem ser usadas na pavimentação de ruas. Já os rejeitos que não têm nenhum aproveitamento, devem ser encaminhados para aterros sanitários, onde o chorume é tratado como esgoto e o gás metano que é liberado poderia ser captado como fonte de energia.