Título da redação:

Mão é decisão, não opção

Tema de redação: Justiça com as próprias mãos: o impacto na sociedade brasileira

Redação enviada em 19/09/2017

Literariamente, a problemática da justiça comum sempre se fez presente na sociedade brasileira, como em 1939 o cartunista Bob Kane trouxe aos quadrinhos o justiceiro Batman, cuja identidade é Bruce Wayne, um bilionário que após testemunhar a morte de seus pais jurou vingança contra criminosos. Nos dias atuais, apesar do Art. 345, a justiça popular, devido a autotutela geral e a insuficiência governamental, continua no Brasil. À guisa Jean-Paul Sartre, a violência, seja qual for a maneira como se manifesta, é sempre uma derrota. Nesse contexto, a justiça com as próprias mãos, por ser um problema que está fortemente ligado à autotutela comum, encaixa-se perfeitamente nas palavras do filósofo. Essa correlação encontra fundamento no fato de que a punição aos infratores, ao longo da humanidade, sempre foi severa, o que gera sérias consequências, como casos de tortura e linchamento. Dessa forma, esses atos evidenciam uma linha tênue existente no país entre a democracia e a barbárie. Ademais, a insuficiência governamental é um importante tópico fomentador desse problema. Essa conjuntura valida-se no fato de que alguns grupos incitam sentimento de ódio e insatisfação, entoando discursos acerca do descaso do Estado em relação a julgamentos e aplicações de pena. Nessa perspectiva, o Brasil tem pelo menos um caso de linchamento por dia, segundo dados do site G1. Assim, a morosidade da justiça causa revoltas na população e fomenta o desejo de fazer justiça comum. Infere-se que a autotutela e a insuficiência governamental são, portanto, importantes vetores da problemática. Para desconstruir esse panorama, é imperativo que o Estado, em junção com o Poder executivo, estabeleça uma ação governamental que trate com rigor a ineficiência na aplicação de leis, que torna a constituição brasileira utópica. Concomitantemente, o governo deve trabalhar em iniciativas de ressocialização dos presos enquanto estes ainda cumprem suas penas, através da capacitação profissional e assistência jurídica eficiente, pois, com essas medidas, será mais fácil combater a justiça popular.