Assaltos, agressões, mortes. É fato de a criminalidade está crescendo assustadoramente entre a sociedade brasileira. Proporcionalmente, aumenta também, o número de indivíduos que decidem punir tais atrocidades com as próprias mãos. Então, surge a questão: por que o desejo de vingança aflora ao ponto de tornar "pessoas comuns" tão criminosas quanto aquelas a quem acusam? Segundo o filósofo inglês Thomas Hobbes, a natureza humana tende a um estado de guerra, no qual "o homem é o lobo do próprio homem". Esse instinto animalizado leva seres "racionais" a cometerem atos bárbaros contra outros, inclusive aqueles que pensam estar fazendo justiça contra crimes antes cometidos. Como em um novo código de Hamurabi, os "justiceiros" agem punindo àqueles que julgam culpados, e assim, cometem diversas injustiças, pois sequer certificam-se da real culpa dos acusados. Esse comportamento "selvagem" só é reprimido frente à ação do Estado, o qual deveria aplicar com vigor as leis contra os infratores. Mas, a descrença na eficiência do Poder Judiciário, faz com que, as pessoas que cobram por punição, tenham - cada vez maior - a sensação de impunidade, e assim, assumam um papel que legalmente não é seu. Dessa forma, cria-se um círculo vicioso, o qual corrobora para aumentar ainda mais a violência já enraizada na sociedade. É inegável que a criminalidade tem aumentado a cada dia e, também, o desejo de vingança dos novos "justiceiros". Para que tal situação possa mudar, faz-se necessária uma ação imediata do Judiciário, exercendo com plenitude seu dever de fazer valer a justiça, e punir com rigor todos aqueles que cometem crimes. Só assim, então, os cidadãos não precisarão "sujar suas mãos" para vingar o mal que sofreram.