“Olho por olho, dente por dente”. Esse ditado popular vem se manifestando cada vez mais por entre os brasileiros, que, inconformados com a falta eficiência do Estado em proporcionar-lhes um conforto maior diante da segurança do país, tentam fazer justiça com as próprias mãos. Quando a corte declara o réu inocente ou apenas arquiva o caso sem uma conclusão, os envolvidos passam a usar os próprios métodos para fazerem o que julgam ser certo, chegando a cometer crimes maiores para suprir o desejo de vingança. A história se inverte e eles passam de mocinhos para vilões. Entretanto, esses novos vilões, que antes queriam apenas esclarecer a situação, esquecem de sua ética e óptica do certo e do errado, desencadeando uma corrente de crimes, indo muito além do que se esperava no começo: justiça. Um personagem histórico que remete bem esse tema é o Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião. Atuou no fenômeno nordestino conhecido como Cangaço (grupos de arruaceiros que desfrutavam da força para saquear fazendas). Pelas autoridades, ele era visto como criminoso brutal. Porém, pela população, era clamado como justiceiro. Quando for maior o empenho do Estado em garantir ao seu povo seus direitos exercidos, a sede de vingança será saciada e a população poderá contar com a ajuda dos Poderes para honrar a justiça do país e, por consequência, diminuir a onda de crimes da nação.