Título da redação:

Justiça falha

Proposta: Justiça com as próprias mãos: o impacto na sociedade brasileira

Redação enviada em 22/10/2016

Durante a Idade Média, a Igreja Católica era detentora do poder político, econômico e cultural nos feudos. Com isso, aqueles que questionavam os preceitos e dogmas religiosos, como os cientistas, eram condenados pelo sistema de Inquisição. Assim, ao longo da história surgiram movimentos, como o Luteranismo, que propunham derrubar o catolicismo e a ideia da realização da justiça com as próprias mãos, que possuía uma visão unilateral dos acontecimentos. Atualmente, mesmo com o aparato constitucional e judiciário brasileiro, ainda, há ocorrência de casos como esses. No entanto, apesar da justiça com as próprias mãos aparentar ser um método eficiente para aquele que se sente injustiçado, ela não irá proporcionar conforto e bem-estar de forma permanente. Nesse contexto, inúmeras deficiências no sistema jurídico fomentam a prática da justiça com as próprias mãos. O Poder Judiciário no Brasil apresenta excesso burocrático, o qual corrobora para o atraso de casos que permanecem sem resolução e, assim, a vítima perde a credibilidade e a confiança de que algo possa ser reparado pela Justiça Federal. Além disso, a ocorrência de corrupção nos julgamentos, por meio de pagamentos de juízes para a garantia da liberdade de determinado criminoso influencia no crescimento do número de atos que visam a justiça de forma ilegal. Ainda convém lembrar dos efeitos que a justiça com as próprias mãos gera para a sociedade brasileira. A ação de compensar a injustiça provoca a acentuação de acontecimentos violentos, o que propicia maiores esforços de setores que já são deficientes no Brasil, como o judiciário, presidiário e hospitalar. Desse modo, maior será a necessidade de investimentos nessas áreas, por meio do número de funcionários e locais de atuação, o que prejudica a distribuição de recursos financeiros no sistema educacional. Outro fator existente são os efeitos no organismo do indivíduo que se sente desamparado pelo sistema governamental. A realização da justiça com as próprias mãos não irá trazer o que foi perdido. Contudo, tem a possibilidade de acarretar problemas em relação à consciência do indivíduo fazendo-o repensar várias vezes se o ato foi realmente correto. Portanto, a ocorrência de doenças psicológicas, como ansiedade, depressão, isolamento social, demência e estresse são prováveis para aqueles fazem a justiça de sua maneira. Sendo assim, é essencial que as escolas transmitem, por meio de palestras com profissionais relacionados com a formação cívica, a importância do diálogo e da racionalidade para a tentativa de resolução dos problemas. Ademais, os canas televisivos populares devem demonstrar casos reais de pessoas que realizaram a justiça por si mesmas e as consequências que isso gerou para elas, com o objetivo de estimular a reflexão naqueles que pensam em realizar o mesmo. Por fim, o Governo Federal deve flexibilizar o sistema judiciário, através da diminuição da burocracia para que os julgamentos sejam sentenciados de forma mais rápida e eficiente, a fim de amenizar o sentimento de impunidade diante aos crimes.