Tem ocorrido com frequência casos de linchamento decorrentes de vingança popular praticada em resposta a pequenos delitos. Esses fatos têm ganhando cada vez mais destaque nos noticiários. Cidadãos comuns, cansados de esperar por melhores condições de segurança ou políticas públicas mais adequadas acabam cometendo justiça com as próprias mãos. Inúmeros casos já foram relatados em várias partes do Brasil, um deles no Maranhão, onde um homem foi amarrado a um poste e espancado até a morte por ser considerado suspeito de cometer um assalto. A morosidade da justiça é outro fator que contribui para o descrédito do Poder Judiciário junto à população. Por outro lado, os constantes casos de corrupção na máquina governamental trás um certo clima de impunidade. Esses e outros fatores como a desigualdade social, o abuso de poder por parte de quem deveriam defender os direitos da população, acabam levando alguns indivíduos a agirem por impulso e infelizmente, em certos casos, cometer arbitrariedades. Essa atitude de hostilidade e selvageria já tirou vidas inocentes e infelizmente atos como estes trazem conseqüências drásticas à vida em sociedade. O Estado necessita de reformas, é necessário recuperar a confiança nas instituições, contar com estadistas em que o povo possa confiar, leis que sejam aplicadas com uniformidade a todas as pessoas independentemente de sua classe social. Necessitamos de uma legislação mais adequada ao nosso tempo, tribunais mais eficazes, ações conjuntas que visem melhorar a segurança pública, devolvendo aos cidadãos a confiança e a liberdade. Platão dizia que a justiça era sinônimo de harmonia social e que o justo é aquele que se comporta de acordo com a lei. Se por um lado cobramos ações mais eficazes por parte das Instituições, cabe-nos por outro, maior respeito às leis e a defesa de valores e princípios básicos que garantam essa harmonia que nos conduzirá à Justiça de fato e de direito. Temos o dever de evitar quaisquer intolerâncias, afinal, ninguém tem o direito de tirar a vida do próximo.