Título da redação:

Injustiça com as próprias mãos

Proposta: Justiça com as próprias mãos: o impacto na sociedade brasileira

Redação enviada em 21/02/2016

A sociedade brasileira está passando por um momento crítico em relação ao Estado, onde um descontentamento sem precedentes toma conta de cada cidadão. O governo, de modo geral, não está conseguindo cumprir o ‘Contrato Social’, gerando uma onda de injustiça que afeta cada indivíduo, os quais buscando igualar a equação, fazem justiça com as próprias mãos. Porém, estes atos primitivos geram apenas mais injustiça, pois o suposto criminoso não passa por um julgamento, ocorrendo em diversos casos a morte de uma pessoa inocente, por conta apenas de um boato. Quando não se respeita os princípios constitucionais da justiça, como por exemplo o da presunção de inocência, há uma grande chance de cometer equívocos, e é exatamente isso que ocorre com os casos de linchamento. Por conta de boatos e suposições sem provas, executa-se uma pessoa, que muitas das vezes é inocente, e esta torna-se vítima de uma injustiça cometida pelos autodenominados ‘justiceiros’, gerando um ciclo vicioso, onde não há justiça em nenhum dos lados. Thomas Hobbes, em seu livro Leviatã, já dissertava precisamente sobre o ‘Contrato Social’, onde as pessoas depositavam uma parcela de seus poderes nas mãos do Estado, para que este ficasse encarregado de proteger os mesmos. Quando este contrato não é cumprido, o ser humano volta ao seu estado natural, primitivo, buscando a justiça por conta própria, e assim gerando um estado de anomia, como dizia Durkheim, onde as leis do Estado perdem o seu valor, por não possuírem mais aplicação. Para que estes linchamentos sejam contidos, evitando uma onda de injustiça cada vez pior, por conta do ciclo vicioso que a justiça com as próprias mãos causa, é preciso resgatar o prestigio do Estado perante a população, e isto só é possível com o funcionamento satisfatório da justiça. Portanto, uma mudança de postura por parte das autoridades competentes, tanto do judiciário, como do executivo e legislativo, é a principal forma de termos um país mais justo.