A descrença do brasileiro na justiça do país em conjunto com a banalização da violência feita pela mídia, gera um crescente número de pessoas dispostas a fazer a "justiça" com as próprias mãos, causando um ciclo de violência e barbárie. Primordialmente, o Brasil é um Estado Democrático de Direito. Ou seja, apenas o Estado tem o poder de julgar e condenar alguém por um crime, respeitando o seu direito de defesa. Entretanto, no "Tribunal popular" esse direito básico de cidadania é infringido, as penas são aleatoriamente impostas por pessoas que estão tomadas pelo desejo de vingança, aplicando punições degradantes como agressões físicas, morais e torturas, desrespeitando também a Declaração Universal dos Direitos Humanos. É evidente que , a mídia como formadora da opinião popular, possui uma grande responsabilidade nessa questão. A banalização da violência e a incitação ao ódio em programas televisivos, como o de Luiz Datena e Raquel Sheherazade, influenciam o comportamento de muitos brasileiros, que acreditam que "bandido bom é bandido morto" ideia que provoca o genocídio de muitos jovens, negros e de baixa renda, vítimas da desigualdade social presente no país desde os primórdios de sua colonização. Para solucionar a problemática exposta é preciso, portanto, maior investimento do Poder público em políticas de cidadania, como educação e lazer para jovens de baixa renda, evitando seu envolvimento no mundo do crime. Além de campanhas educativas divulgadas pelo governo através da mídia, para conscientizar a população que a agressão aos possíveis culpados os tornam também criminosos, provocando um ciclo de hostilidade e barbárie e causando uma possível ruptura do Contrato Social. Só assim obteremos perspectivas de uma sociedade mais justa e menos violenta.