Desde a formação do homem, a justiça com as próprias mãos faz-se presente. Antigamente, na Mesopotâmia, era vigente o “Código de Hamurabi”, o qual permitia a execução da vingança. Esse pensamento, mesmo com a presença do Estado, se mantém na sociedade, pois antes de civilizado, o ser humano é um animal instintivo que busca sobrevivência. Por mais que o homem tenha evoluído como civilização, ainda existe a selvageria. Isso porque o medo, estado de alerta desencadeado por alguma ameaça, faz parte da espécie desde sua gênese. Considerando essa característica intrínseca aos indivíduos, percebe-se a necessidade de um Contrato Social, de um poder judiciário capaz de manter a ordem. Entretanto, em países como o Brasil, que possuem um Estado desorganizado e repleto de escândalos de corrupção, o medo da impunidade é constante. Dessa forma, revanchismos acontecem, gerando situações ainda piores. Assim, instaura-se o caos na sociedade. Devido ao descontrole por parte do Estado, surgem noções subjetivas de certo e errado, aumentando os índices de violência de um país. Por conseguinte, a noção de “olho por olho e dente por dente” faz cidadãos tornarem-se assassinos e torturadores. Recentemente, um ladrão foi tatuado na testa após um roubo, o que mostra o nível em que a sociedade brasileira está: sente-se desamparada e no direito de punir por si mesma. Nessa perspectiva, nota-se a desordem presente na nação, tornando complicada a vida em conjunto. Em suma, o homem é, naturalmente, um ser instintivo, que busca resolver conflitos com violência. Por isso, o Estado é o responsável por controlar esse “espírito selvagem”. No entanto, a palavra “ordem” da bandeira brasileira, aparentemente, é apenas um símbolo, longe da realidade, a qual parece estar em tempos antigos.