Título da redação:

Brasil e sua maldita herança

Proposta: Justiça com as próprias mãos: o impacto na sociedade brasileira

Redação enviada em 20/03/2016

É irrefutável o fato de que na sociedade contemporânea brasileira milhões de pessoas estão descontentes com a ineficiência do Estado. Polícia corrupta e governo desonesto fazem com que brasileiros honestos vivam em constante medo de serem assaltados e terem um de seus familiares assassinados. Fato que leva a uma revolta imensa é que muitas vezes quem não cumpre a lei sai impune, levando esses cidadãos honestos a fazerem justiça com as próprias mãos. Mas, afinal, é papel do cidadão agir pelo Estado ? “ Não se pode entender a contemporaneidade sem lançar os olhos ao passado colonial brasileiro “. Caio Prado Júnior entendeu a essência dos problemas brasileiros. O Brasil ja passou por épocas em que o Estado ou não conseguia, ou não se interessava, manter a ordem de certas regiões - Pará, interior Baiano -, logo, a justiça era algo não idealizado, definível por cada um, levando pessoas a agirem, como diriam os contratualistas, no estado de barbárie. O Brasil tem, sim , um pé no seu passado colonial, que deixou ao país tropical uma maldita herança : A justiça com as próprias mãos. Entendendo como essa maldita herança chegou, pode-se entender também o fator que leva os brasileiros a não abandonarem esses hábitos arcaicos. Esse fator pode ser melhor explicado pelos contratualistas, que dizem que todos os cidadãos “assinam” um contrato social com o Estado. Esse contrato prevê que o Estado garantirá segurança e ordem, para que seja possível a vida em sociedade. Prevê também que a população deve ceder parte de suas liberdades para que isso seja possível, entre elas a liberdade de promover a sua segurança com suas próprias mãos. Portanto, na falta de um Estado garantindo segurança e ordem, o brasileiro vê que o contrato foi quebrado, voltando a agir no estado de barbárie - sem leis, sem ordem. Em um país ideal, não é papel do cidadão agir pelo Estado. Mas, o Brasil se encontra longe do ideal, fazendo com que os justiceiros- brasileiros que promovem sua própria segurança- pareçam estar corretos. É de extrema importância entender que por mais que o Brasil não tenha o Estado ideal, não se deve incentivar a o estado de barbarie, e sim o reestabelecimento do contrato social. Para se reestabelecer o que os contratualistas propuseram, os brasileiros que ja entendem essa realidade por completo devem explicar para o resto da população, via palestras em todo o Brasil pelo rádio, televisão, como agir diante dessa temática. Uma de várias maneiras de se agir, é reivindicar um governo honesto, votar de maneira consciente, priorizar acima de tudo a honestidade. Se assim for feito, as próximas gerações experienciarão um futuro fundamentado nos Direitos Humanos, em que pessoas honestas possuem segurança, e pessoas desonestas são punidas.