A lentidão e seletividade de julgamentos do sistema Judiciário brasileiro, atrelada a falta de policiamento nas ruas por parte da policia trazem consigo o ônus da insegurança urbana e parte da população sobrecarregada e sem esperança com a segurança publica, decidem, irracionalmente, fazer justiça com as próprias mãos punindo, sem nenhuma base legal, o potencial criminoso. É certo que, no Brasil, a justiça é seletiva, ela seleciona criminosos pertencentes a determinada classe para um tipo de punição e os que não são dessa classe para outro tipo de punição, um exemplo é o paradoxo de punições a que Thor Batista, acusado de atropelar e matar um ciclista, ter sido absolvido, em contra partida com Rafael Braga, pobre e negro, preso e condenado nas manifestações de junho de 2013 por portar uma garrafa de pinho sol. Embora no livro de conto de fadas brasileiro chamado Constituição a justiça deve ser igual para todos se você não tem contatos no judiciário ou um advogado bom as probabilidades de cometer um crime e se safar como o Thor se safou são pequenas. Se no âmbito macro, a população não aguenta mais ver políticos, ou empresários corruptos se safando de suas punições, no âmbito micro, no dia a dia, a ausência de policiamento em determinados bairros faz crescer a criminalidade na região, e as pessoas cansadas de esperar uma atitude do Estado optam por eles mesmos punirem o infrator, o que além de ser um ato irracional, reproduz as injustiças do âmbito macro, seja punindo a pessoa errada ou deixando livre os tais "justiceiros" que acabaram de se tornar criminosos já que os mesmos usam a força fisica como punição. Logo, a seletividade na justiça brasileira, a lentidão e burocracia do sistema judiciário atreladas a falta de policiamento do Estado nas ruas contribuem para o sentimento de injustiça no país o que faz com que muitos brasileiros sintam-se no direito de fazer a justiça acontecer por bem ou por mal. Sendo necessária não só uma reformulação no sistema judiciário para que todos criminosos sejam punidos de acordo com o crime e não com o status social, além de ser papel do Estado aumentar o policiamento nas ruas contratando mais policiais e punindo os cidadãos que sob a mascara de justiceiros agridam terceiros.