Índices de homicídios, estupros, assaltos e outras brutalidades deixam a população brasileira cada vez mais revoltada. Essa insatisfação aliada a cordialidade social são responsáveis pelo aumento de indivíduos que procuram fazer justiça com as próprias mãos. Dessa maneira, a formação de justiceiros gera um colapso regido pela falta de obediência às leis sociais. De acordo com o filósofo Jean Paul Sartre, a violência é uma derrota independentemente da forma em que ela se manifesta. Portanto, ao cometer esse tipo de crime, o indivíduo colabora com a desordem social o que, consequentemente, retornará para ele em forma de mais injustiça. Assim, a dificuldade em obedecer às leis pode se tornar uma característica da sociedade brasileira uma vez que o Estado se demonstra incapaz de cumprir sua função social. A lentidão dos processos judiciais, por exemplo, é uma dificuldade encontrada. Além disso, a baixa remuneração e estruturação de agentes de segurança são responsáveis pelo falho sistema judicial. A insegurança se torna, nesse contexto, insuportável e o indivíduo decide agir de maneira inconsequente o que é, muitas vezes, apoiado pela mídia. O papel cultural desses meios de comunicação é extremamente relevante, Por isso, a colaboração com a formação de um ideal justiceiro não pode existir. Segundo Aristóteles, a base da sociedade é a justiça, portanto, é crucial o estabelecimento da moral social pela mídia e não a desestruturação dela. É importante destacar, dessa forma, a importância do retorno da obediência às leis brasileiras para a estruturação da sociedade. Por isso, a mídia deve ter papel conscientizador social, de modo que fique clara a relevância da moral social. Além disso, mais investimentos em segurança e no sistema judiciário são necessários para que eles se tornem mais eficientes. Assim, será possível restabelecer a legitimidade da justiça brasileira,reduzir a violência e , consequentemente, o número de justiceiros.