Desde o Iluminismo e, posteriormente, com a Revolução Francesa, os princípios baseados em liberdade, igualdade e fraternidade tornaram-se fundamentais para a cidadania plena em uma nação. Todavia, quando se observa a intolerância e os discursos de ódio contra as minorias, no Brasil, hodiernamente, nota-se que tais ideais iluministas não estão sendo praticados, uma vez que a imposição de padrões por grupos dominantes e a ineficiência no combate à discriminação de grupos minoritários resulta nessa desarmonia social. Nesse sentido, convém analisar as causas e consequências dessa problemática. Em primeira análise, cabe pontuar que, consoante o pensamento do filósofo Michel Foucault, a humanidade sempre vivenciou relações de poder por meio de padronizações em meio social. Uma prova disso está no “descobrimento” do Brasil, em que os nativos eram obrigados a abandonar seus costumes e crenças e adotar as dos portugueses, para que pudessem conviver em sociedade. Com isso, é possível afirmar que os padrões impostos pelas classes dominantes fomentam a intolerância no país, visto que oprimem as diferenças em prol de uma verdade idealizada, a qual legitima os discursos de ódio e marginaliza as minorias. Desse modo, observa-se que medidas são necessárias para atenuar esse impasse. Ademais, convém frisar que, segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, todos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Conquanto, a ineficiência no combate da austeridade e do discurso de ódio para com grupos minoritários impede que tais direitos universais sejam preservados para todos em território nacional, haja vista que, tal negligência suprime a liberdade, fere a dignidade e perpetua o preconceito contra aqueles que se encontram à margem da sociedade. Dessa forma, percebe-se que há a indispensabilidade de se criar políticas públicas que visem assegurar esses direitos à população, a fim de que, então, esse problema seja superado. Destarte, indubitavelmente, medidas são necessárias para mitigar a problemática em questão. Para isso, é imprescindível que o Ministério da Educação, em parceria com ONGs, crie projetos educacionais para combater a intolerância contra as minorias, com o intuito de direcioná-los às escolas de todo o país, com o objetivo de prevenir e alertar a população sobre as causas e consequências desse problema, por intermédio de palestras, debates e trabalhos relacionados ao tema, com a participação de pais e familiares, com o propósito de que o tecido social, enfim, coloque em prática os princípios fundamentais para a plena cidadania e, assim, acabe com essa desarmonia social.