A revolução técnico-científico-informacional, ocorrida no século passado, trouxe ao mundo novas capacidades de interação com o espaço. Fronteiras foram encurtadas, procedimentos desenvolvidos e melhorias em diversos setores importantes à sociedade, como a saúde e a economia, ocorreram por meio da evolução tecnológica. No entanto, essa incessante busca por inovações no mundo das máquinas pode trazer consequências negativas ao ser humano, configurando um quadro de "robotização" e enfraquecimento das relações, bem como pode tornar o homem ainda mais sedentário. É preciso, dessa forma, encontrar o equilíbrio entre os fatores positivos e negativos da inteligência artificial. Concomitante ao progresso dos métodos e dispositivos computacionais foi surgindo modificações na sociedade que contribuem para a construção de novas relações entre os indivíduos. O sociólogo Zygmunt Baumman denomina esse processo de "Modernidade Líquida", no qual não se valoriza o permanente, mas sim, o temporário. Assim, a situação de inteligência artificial que tende a ser moldada pode intensificar a fluidez dos meios comunicativos, favorecendo o intercâmbio de informações. Por outro lado, pode acentuar a fragilidade dos relacionamentos, além de hastear barreiras virtuais que dificultam os contatos pessoais, uma vez que, o homem estará "fisgado" em uma rede com infinitas possibilidades de comunicação. Dessa forma, será construído, paradoxalmente, um mundo extremamente conectado com uma multidão de solitários. Outro efeito negativo que pode advir da inteligência artificial é a intensificação do sedentarismo e consequentemente de males à saúde da população. Assim, o homem, já dependente das regalias do mundo tecnológico, tende a acomodar-se perante a possibilidade que o novo ambiente o proporcionará. Desse modo, além da passividade física, a monotonia intelectual será frequente, já que, o poder de raciocínio computacional não desprenderá a ânsia por descobertas na sociedade. É nítido essa relação na atual "geração Z", na qual, praticamente inexiste a diferenciação de ambiente online ou off-line. "Eu temo o dia em que a tecnologia ultrapasse nossa interação humana, e o mundo terá uma geração de idiotas". Para que esse ambiente descrito na frase do cientista Albert Einstein não venha a ser totalmente concretizado, é preciso que as pesquisas na área da inteligência artificial sejam feitas com a cautela necessária a preservação da capacidade de raciocínio e interação do homem. Pode ser feito, portanto, uma gradual introdução das novas tecnologias, utilizando a mídia como meio para a conscientização. Ainda assim, torna-se necessário a participação das instituições de ensino no processo de contato da geração "Z" com as novas tecnologias, utilizando o apoio de psicopedagogos para que não seja criada outras gerações de jovens dependes da tecnologia. OBS: O texto parece extenso, porém na folha de caderno comum coube em 30 com o título.