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Redação sem título.

Tema de redação: Impactos: as virtudes do desastre de Mariana

Redação enviada em 27/10/2016

Em 5 de novembro de 2015, ocorreu o pior acidente da mineração brasileira no município de Mariana, em Minas Gerais. Após o rompimento de uma barrragem da mineradora Samarco, uma enxurrada de rejeitos de minério de ferro provocou destruição e mortes por onde passou. Diante disso, entende-se que o compromisso de harmonizar desenvolvimento e sustentabilidade é indispensável para um futuro melhor. Para Leonardo Boff, a lógica capitalista de exploração e dominação dos povos é a mesma que provoca mazelas socioambientais. No caso de Mariana, as vítimas e os impactos ambientais são algumas consequências do globalismo econômico-financeiro, que submete tanto a política quanto a ética à mercantilização. Segundo a revista Veja, em 2014, a Samarco fechou o ano com lucro líquido de 2,8 bilhões de reais. Contudo, nos últimos anos, a empresa não investiu o suficiente em plano de emergência e modernização de técnicas de tratamento dos resíduos, para evitar que o distrito de Bento Rodrigues fosse varrido do mapa. Possivelmente, outros acidentes iguais a esse acontecerão, visto que o país abriga cerca de 800 barragens. Além disso, existe a dependência nacional pelas exportações de minérios e limitações dos modelos convencionais de gestão, nas esferas públicas e privadas. Porém, a sociedade precisa se mobilizar urgente contra essa situação. Assim, é preciso cobrar do Poder Público a fiscalização dos serviços das mineradoras, a responsabilidade da concessão e renovações das licenças ambientais e cumprimento das punições previstas para os infratores. Cabe, também, ao Legislativo reestruturar o marco regulatório da mineração no Brasil - que está em discussão desde 2003, na Câmara dos Deputados – com itens sobre a proteção socioambiental. Fica claro, portanto, a necessidade constante da prevenção e fiscalização nas mineradoras, a fim de garantir o respeito à capacidade de suporte do meio e o emprego de tecnologias ecológicas. Quanto à recuperação do ecossistema, o plano de ação deve ser coeso, multidisciplinar e contínuo, envolvendo vários atores, como biólogos, geólogos, engenheiros, ONGs e universidades. Enfim, precisamos ter o desenvolvimento sustentável, que, de acordo com o relatório de Brundtland, é aquele que “satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”.