Em novembro de 2015, o Brasil sofreu o maior desastre ambiental de todos os tempos, quando ocorreu o rompimento das barragens de rejeitos de mineração da empresa Samarco na região de Mariana, Minas Gerais, o que gerou impactos permanentes na sociedade e no ambiente. Nesse sentido, pode-se perceber que embora a exploração de recursos naturais seja fundamental para a economia do pais, a preservação da natureza torna-se cada vez mais necessária, diante de catástrofes como essa. Segundo o sociólogo alemão, Albert Shweitzer, o mundo tornou-se perigoso, porque os homens aprenderam a dominar a natureza antes de se dominarem a si mesmos. Nesse contexto, pode-se afirmar que a economia brasileira é baseada na exportação de minérios, dentre outras commodities, e no agronegócio, ou seja, em setores com atividades de grande impacto ambiental e com grandes lucros. Dessa forma, a exploração não é acompanhada de ações que visam preservar o meio ambiente, o que causa sérias consequências à natureza, como o acidente em Mariana. A falta de fiscalização na mineradora e a inexistência de planos preventivos para eventuais acidentes, contribuíram para o aumento da gravidade da catástrofe. Consequentemente, os impactos sociais e ambientais foram muito graves. Os dejetos que vazaram da barragem causaram o desemprego de inúmeros pescadores, agricultores e pecuaristas, uma vez que a lama, contaminada com metais tóxicos e pesados, afetou diretamente as águas e o solo que teve contato, o que impossibilitou o trabalho desses profissionais. Além disso, esses poluentes causaram uma perda crítica da biodiversidade da região, visto que uma grande quantidade de animais aquáticos morreram contaminados pelos metais. Por fim, as perdas materiais das cidades afetadas foram preocupantes. Diversos patrimônios culturais, como igrejas históricas, foram devastadas, e os habitantes das cidades ficaram sem moradia. Pode-se perceber, portanto, que mesmo que a exploração de recursos naturais seja fundamental para a economia do Brasil, é necessário que haja uma sustentabilidade, a qual equilibra a preservação da natureza com o desenvolvimento do país. Para isso, é preciso que o Governo implemente uma política rigorosa de exploração sustentável dos recursos naturais pelas empresas exploradoras, através de investimentos em métodos alternativos de tratamento do minério explorado, para que o volume de resíduos seja reduzido e a forma de estocagem não seja a de barragens, que potencializa a ocorrência de desastres. Ademais, é fundamental que a empresa Samarco ofereça auxilio às pessoas que tiveram seus meios de subsistência alterados, por meio de seguros e na estimulação de outras especialidades, como cursos de artesanato.