Durante uma análise apurada em relação as proporções dos danos produzidos em decorrência da tragédia ambiental em Mariana, torna-se evidente que essa calamidade é o produto final de uma fiscalização ineficiente por parte dos Orgãos Oficiais (Ministério do Meio Ambiente e Secretarias Estaduais e Municipais), além da cobiça pelo lucro. De acordo com o Jornal o Estado de São Paulo, 24 das 14.966 barragens registradas no sistema da Agência Nacional de Águas são consideradas de alto risco. Três delas localizadas em Minas Gerais. Assim, tendo como base esses dados divulgados, é nítido que o supervisionamento não ocorreu de maneira adequada, pois se a empresa Samarco obtivesse um plano de prevenção consistente, as consequências teriam sido amenizadas, evitando uma catástrofe social, econômica e ambiental. A empresa responsável pelas barragens sobrepôs seus interesses econômicos em detrimento do bem-estar da comunidade local, visto que o Ministério Público Estadual solicitou um estudo detalhado das represas, realizado pelo Instituto Pristino, esse documento alertava para o risco de rompimento das estruturas das represas de Fundão e Santarém. Foram entregues duas cópias do manuscrito, uma à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e outra à Samarco, no entanto, essa pesquisa foi ignorada por ambos, eclodindo, posteriormente, nas rupturas das estruturas indicadas no referido estudo. Portanto, é essencial que haja uma parceria entre órgãos como a Agência Nacional de Águas e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Essa união deve objetivar a elaboração de um cadastro nacional com as empresas que atuem em setores que manuseiam recursos ambientais, por exemplo, formando uma espécie de “malha fina”, na qual as companhias envolvidas em crimes ambientais perderiam credibilidade no mercado e seriam impedidas de participarem de novas licitações. Essas medidas irão induzir as empresas no cumprimento da legislação e preservação ambiental.