O maior desastre ambiental do Brasil, o rompimento das barragens em Mariana, deixou um imenso rastro de lama que acarretou em 19 mortes, além de sérios prejuízos ambientais e sociais. No entanto, a empresa responsável recorreu de todas as multas a ela imputadas, e nenhum de seus dirigentes foi preso. Primeiramente, convém ressaltar a responsabilidade da mineradora Samarco que apesar dos relatórios alertando sobre os possíveis riscos de rompimento das barragens, preferiu ignorá-los e aumentar suas atividades, o que levou a um maior acúmulo de rejeitos. Além disso, a falta de mecanismos de alerta da população em casos de risco, revela a despreocupação em relação a segurança de seus trabalhadores e dos moradores do distrito de Mariana. Em segundo lugar, o desastre ambiental ocasionado e suas consequências são de vastas proporções, haja vista a enorme quantidade de lama rica em minérios que irá pavimentar áreas inteiras tornando-as inférteis, além de ocasionar o assoreamentos de rios e a perda de enorme biodiversidade. A lama inclusive já alcançou o Oceano Atlântico, no Espírito Santo, deixando biólogos temerosos diante da possibilidade de que os recifes de corais sejam afetados. Da mesma forma, os impactos sociais são preocupantes, uma vez que o fornecimento de água foi seriamente comprometido, além do fato de muitos terem perdido suas casas, bens, assim como seu meio de subsistência. Diante do mencionado e das inúmeras consequências- algumas que nem sequer podem ser calculadas no momento-, é evidente que a ação do Estado deve ser imperiosa, no sentido de punir exemplarmente os responsáveis por essa tragédia. Sendo assim, a mineradora deve indenizar aqueles que foram diretamente afetados, como,também, se comprometer a minimizar ao máximo os impactos ambientais. Faz-se extremamente necessário, ainda, o fortalecimento e endurecimentos das leis de proteção ambiental.