Título da redação:

Não adianta chorar pela lama derramada

Tema de redação: Impactos: as virtudes do desastre de Mariana

Redação enviada em 02/04/2016

Magnificação trófica. Destruição de ecossistemas. Mortes. Alteração do pH da água e do solo. É em meio a essas e outras consequências de desastres ambientais em que vive (sobrevive?) a sociedade contemporânea. Diante disso, cabe ressaltar que com o Brasil não é diferente, pois ele sofreu em seu território o maior acidente mundial com barragens: o estrago em Mariana. Desse modo, torna-se preciso avaliar as vertentes capitalistas e a baixa fiscalização existentes como fatores que levaram a tal problema. É preciso considerar, antes de tudo, a busca incessante pelo lucro frente a destruição ambiental que impera no país. A extração de minério de ferro é bastante rentável, porém, vem causando enormes estragos nos ecossistemas, alterando a paisagem, assim como ocorreu em Mariana, onde tornou áreas, como o distrito de Bento Rodrigues, inabitáveis. Além disso, o rompimento da barragem de rejeitos da Samarco trouxe uma lama com pouca matéria orgânica, dificultando o surgimento de outra vegetação e deixando a água do Vale do Rio Doce imprópria para consumo. Somando-se a isso é imprescindível pontuar a falha supervisão de empresas que demonstram um risco para o meio. Desastres ambientais são, em sua maioria, previsíveis, sobretudo quando há fiscalização, podendo ser evitados. Entretanto, os órgãos competentes, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), têm-se mostrado pouco ágeis nesse papel, deixando a sociedade sujeita às consequências das destruições dos ecossistemas. Tal fator evidencia-se no rompimento da barragem em Mariana, cujos principais problemas foram a falta de manutenção e de verificação e o excessivo prolongamento da vida útil dessa obra, segundo o laudo do Instituo Nacional de Criminalística (INC). Fica evidente, portanto, que enquanto o homem não se responsabilizar pelos seus atos, a natureza continuará pagando por cada um deles. É preciso que as escolas e a família trabalhem na conscientização dos indivíduos, mostrando as consequências para a futura geração, com a finalidade de formar uma sociedade responsável ambientalmente. Acresce-se a isso uma maior fiscalização do Governo Federal e suas instituições, assim como o IBAMA, às indústrias e empresas, aplicando multas e punindo devidamente os infratores. Dessa forma, a lama derramada não sujará o progresso estampado na bandeira nacional.