Título da redação:

Mariana: fatalidade ou negligência?

Tema de redação: Impactos: as virtudes do desastre de Mariana

Redação enviada em 06/04/2016

A enxurrada de lama desceu, levou tudo o que havia pela frente e atingiu o rio Doce, que hoje, não é mais tão doce assim. No dia 5 de novembro de 2015, o Brasil vivenciou o maior desastre mundial com rejeitos de mineração dentre os últimos 100 anos. A barragem de Fundão, localizada no subdistrito de Bento Rodrigues (MG) e pertence à mineradora Samarco, se rompeu e liberou cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração. A barragem de Santarém, localizada um pouco mais abaixo, já operava com 100% de sua capacidade e acabou transbordando. Devido ao acidente, 13 pessoas acabaram morrendo e centenas ficaram desabrigadas, Além das lastimáveis perdas humanas, os prejuízos ambientais causados são incontáveis. A lama atingiu os rios da região e chegou ao rio Doce. Afetou a vida marinha, causou a morte da vegetação por onde passou, e tornou a água, que abastecia milhares de pessoas, imprópria para o uso. Como se não fosse o bastante, ambientalistas ainda afirmam que os rejeitos causaram a morte do rio Doce, e estimam que a sua recuperação levará, no mínimo, 10 anos. Frente a todos esses fatos, a grande questão que ainda se faz presente é: quais foram as causas desse desastre? Quando questionada a respeito da situação das barragens, a mineradora Samarco afirma que a última fiscalização havia sido feita em julho e concluiu que ambas estavam em "total condição de segurança". Entretanto, dois anos antes já havia sido realizado um estudo, a pedido do Ministério Público Estadual, que alertava para o risco de rompimento das barragens. Além disso, visto que as técnicas mais modernas para tratar rejeitos encarecem a exploração das jazidas, as técnicas utilizadas pela Samarco são tradicionais e já um tanto ultrapassadas. A falta de eficiência e fiscalização dos órgãos governamentais responsáveis (DNPM E FEAM) é vista também como um dos motivos do desastre. Com o objetivo de reparar os danos, a Samarco foi multada em 250 milhões de reais, está arcando com indenizações às pessoas afetadas e deverá ainda custear a reconstrução das áreas atingidas. Entretanto, tais medidas ainda são pequenas frente a dimensão do ocorrido. Para que futuros acidentes sejam evitados, é necessário um maior controle, tanto dos órgãos públicos, quanto das empresas responsáveis, da situação de operação das barragens. Ademais, é de fundamental importância a criação de normas mais rigorosas e o cumprimento efetivo das leis. Por fim, é essencial que as empresas passem a visar mais a responsabilidade social, ao invés da lucratividade e ganho excessivo.