O desastre ambiental em Mariana teve consequências catastróficas para vários ecossistemas, que, provavelmente, demorarão décadas para se recuperar. O evento de Mariana serviu para mostrar a negligência e a inoperância dos órgãos governamentais frentes aos eventos desta natureza. O primeiro impacto causado pela lama foi observado nos municípios atingidos, que foram parcialmente cobertos. Essa cobertura, quando secar, pavimentará o local, formando uma espécie de cimento, onde nada cresce. Os rios atingidos tiveram grande perda em biodiversidade, os peixes, por exemplo, tiveram suas brânquias obstruídas pela lama, morrendo em consequência da falta de oxigênio. Além da morte aquática, os rios também foram afetados de outras formas, como, a diminuição da sua profundidade, o soterramento de nascentes, o desvio de cursos de água e o seu assoreamento devido a lama. Se esperava do governo a identificação rápida e precisa do material que jorrou da barragem. Granulometrica,densidade,composição química, potencial de lixiviação de intoxicantes, dentre outros para só assim poder avaliar os possíveis impactos para a saúde humana e a biota. Como isso não foi feito surgiram especulações sobre a toxicidade, o arsênio se tornou metal, o material particulado se tornou solúvel, e assim o mar de lama invadiu também o bom senso. Isso mostra a inoperância do governo, incapaz de colocar um único interlocutor para coordenar as ações remediativas. A recuperação desta bacia é um processo de longo prazo, e somente terá sucesso se houver um plano de ação coeso, usando ao máximo todo o conhecimento que já está disponível visando o sucesso dessa remediação.