O rompimento da barragem do Fundão, na zona rural da cidade de Mariana, evidencia um paradoxo no estado de Minas Gerais. Ao mesmo tempo em que precisa combater os riscos da mineração, possui uma economia que depende excessivamente dessa atividade. Sendo assim, observa-se o desafio de conciliar o desenvolvimento econômico sem prejuízos ao meio ambiente. Contudo, por trás desse aprendizado estão as vidas perdidas e os danos ambientais irreparáveis. Esse desastre ambiental afetou drasticamente as arrecadações financeiras de várias famílias que vivem em regiões próximas ao Rio Doce. A enxurrada de lama e rejeitos metálicos provocou o assoreamento de certas partes do rio, fazendo com que diversas espécies de peixes morressem. Como consequência, a atividade pesqueira, fonte de renda de várias famílias ribeirinhas, foi comprometida. Além disso, em todo trajeto da lama foi verificado destruição de construções públicas, áreas agrícolas e de preservação permanente da Mata Atlântica. O laudo preliminar do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) diz que dificilmente as áreas de fauna e flora afetadas voltarão a atingir uma situação de normalidade. Isso afetará o turismo na região e, consequentemente, as arrecadações financeiras provenientes dessa atividade. Além dos prejuízos de ordem econômica, o desastre ambiental em Mariana também poderá trazer danos à saúde de populações ribeirinhas. Muitas pessoas temem que o contato com os rejeitos metálicos presentes na lama possa trazer algum dano ao organismo, levando ao surgimento de uma possível intoxicação. Contudo, ambientalistas ainda investigam a possibilidade de ocorrência de problemas corporais oriundos do contado com a lama. Portanto, é importante que a sociedade e o poder público atuem em conjunto para minimizar os impactos ambientais e sociais provocas pelo desastre em Mariana. A sociedade deve se organizar praticando atos de voluntariado através de doações de alimentos e roupas para famílias necessitadas. O governo, além de fornecer auxílio financeiro às cidades afetadas, deve por em prática um programa de fiscalização de barragens em todo o Brasil, para evitar a ocorrência de um novo desastre que resulte a morte de vidas inocentes.