No ano de 2015, o Brasil e o mundo voltaram seus olhos para a pequena cidade de Mariana, localizada no estado de Minas Gerais. Com pouco mais de 50.000 habitantes, a pacata cidade foi palco do maior desastre com barragens já registrado mundialmente, calcula-se que mais de 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos tenham sido liberados com o rompimento da barragem, os rejeitos provindos de atividades de mineiração invadiram a cidade como um tsunami, deixando mais de quinze mortos e quarenta e cinco desaparecidos, e incalculáveis prejuízos biológicos e humanos. A barragem rompida é chamada de Fundão, localizada a trinta e cinco quilômetros do centro de Mariana, pertencente a empresa Samarco e administrada pela Vale, a barragem tinha documentação para operar até 2019 e passava por obras de ampliação. Porém, no ano de 2013, o Ministério Público emitiu um laudo sobre a mesma, constatando que havia irregularidades na estrutura do sistema, que poderiam resultar em um desastre. Somado aos laudos e a obra, trabalhadores relataram um pequeno tremor de terra horas antes do desastre, tremor confirmado pelos órgãos de monitoração sismográfica do estado. Com todos esses agravantes, e o descaso das autoridades e empresas para com o assunto, a barragem veio a ceder, varrendo todo o ecossistema do local, destruindo a cidade e ceifando centenas de moradias e sonhos que estavam em seu caminho. O desastre afetou o rio doce, principal da região, tornando o "morto" aos estudos feitos, além dos recordes de desgraça já batidos, o rio arrastou os rejeitos por mais de 600 quilômetros, chegando ao litoral do Espírito Santo dez dias após o acidente. Mesmo sendo uma tragédia anunciada, pouca atenção foi dada aos laudos emitidos, revelando mais uma vez a irresponsabilidade dos órgãos envolvidos, com os olhos focados no lucro proveniente da extração, não admitiram a tragédia anunciada que estava por vir. Mesmo com o desenvolvimento trazido para a região, a movimentação econômica que as empresas envolvidas trazem para o PIB brasileiro, esses fatores nunca se equipararão ao prejuízo de 5,2 bilhões de doláres que o desastre trouxe. O prejuízo financeiro revela quão poderosa é a natureza, e se for administrada com incompetência, leva vidas e verbas em sua vingança. Pouco pode-se fazer por Mariana em curto prazo, porém, é necessário que o ministério público amplie sua fiscalização, impondo multas de alto valor para as empresas que burlarem os procedimento de segurança que este impor, mexendo na conta das empresas, estas, talvez, compreendam a tamanha responsabilidade que possuem perante a sociedade e a vida, assim adequarão-se as medidas, para que histórias como a de Mariana fiquem só nos livros de história, e nunca mais voltem aos noticiário como acontecimentos recentes.