Em 5 de novembro de 2015 ocorreu, no Brasil, o maior desastre relacionado à mineração no mundo nos últimos 100 anos. Sendo maior, até mesmo, do que os dois maiores acontecimentos do tipo já registrados – ambos nas Filipinas. Tal fatalidade causou a destruição de municípios e rios, pessoas foram desalojadas e, até mesmo, mortas pelo grande “ Tsunami de lama”. Esse lamentável acontecimento, no entanto, teve uma virtude: abriu espaço para o debate sobre a irresponsabilidade das grandes empresas para com o ambiente e a sociedade, bem como a falta de fiscalização governamental eficiente, possibilitando, assim, tomar medidas para que não aconteça novamente sinistros como esse. O rompimento da Barragem do Fundão liberou milhares de rejeitos de minério de ferro e o nível de impacto foi tão profundo que, segundo o IBAMA, não é possível estimar retorno à normalidade da fauna e flora nos locais atingidos. Além disso, também ocasionou grande prejuízos sociais às comunidades desses locais pois como sua maioria vivia da pesca, da agricultura, turismo e da própria mineração todo o sustento dessas pessoas foram levados com a grande lama. Apesar disso, o mais triste, na verdade, é saber que tudo isso poderia ter sido evitado se a mineradora Samarco – responsável pela barragem rompida – não tivesse agido de maneira tão negligente e se o governo houvesse fiscalizado corretamente. Nesse sentido, fica clara a culpa da empresa e do governo em duas situações: no começo irregular das construções das barragens, em 2007, sem um projeto final e, em 2013, mesmo após um laudo apontando risco de colapso estrutural, novamente, a empresa foi liberada pelo ministério público a operar – além disso, a última fiscalização governamental teria acontecido somente em 2012. Assim, foram atribuídas a Samarco míseras punições em dinheiro, no entanto, como a impunidade no Brasil é conhecida, principalmente no que se refere a crimes ambientais, é de se esperar que, nem o que lhes foi atribuído seja cumprido. Isso mostra o total descaso do governo para com o meio ambiente e a população e também da maioria das empresas as quais visam seus lucros em detrimento das consequências ambientais e sociais que poderão ser causadas. Dessa forma, referente a essa problemática, é extremamente necessário que o governo regulamente adequadamente a Política Nacional de Segurança de Barragem para uma melhor fiscalização e que torne as punições relacionadas a crimes ambientais mais severas, tomando como exemplo outros países. Além disso, a conscientização ambiental tem que começar da infância, com a educação escolar e familiar para que, no futuro, nossos empresários tenham preocupação com o mundo onde vivem e consigam ser menos egocêntricos e mais cidadãos.