O desastre ambiental envolvendo o rompimento de uma barragem em Mariana – Minas Gerais – repercutiu mundialmente, porém, o que poucos sabem é que trata-se da maior tragédia do tipo nos últimos cem anos no nosso planeta. O volume dos rejeitos minerais chega a ser equivalente aos do segundo e terceiro maiores desastres somados, ambos ocorridos nas Filipinas em 1992 e em 1982, respectivamente. Entretanto, é inegável que o maior dos desastres deixa lições importantes para melhor tratar do extrativismo mineral no Brasil. O governo brasileiro necessita adotar uma fiscalização mais rígida para exploradoras de minérios no país. A política nacional de mineração ainda permite métodos de construções de barragens defasados mundialmente, como o utilizado pela mineradora Samarco em Mariana. Uma potência mineral como o Brasil não pode abrir mão de uma modernização e conscientização fiscal no campo extrativista mineral. Um dos fatos de maior repercussão do caso de Mariana é a impunidade pelo desastre. Meses se passaram e os responsáveis pelo derramamento dos sessenta milhões de metros cúbicos de rejeitos minerais ainda não foram indiciados. Levando-se em consideração a expansão da tragédia e o tamanho e relevância da empresa, esta deveria ser obrigada a arcar com todos os custos da tentativa de recuperação dos rios destruídos e gerar empregos na região que devastou, além de indenizar o Estado de Minas Gerais, as famílias que moravam no local e os funcionários da empresa que trabalhavam na barragem. Em virtude do que foi apresentado, conclui-se que a tragédia de Mariana despertou o olhar crítico dos brasileiros para falhas que um país dessa dimensão precisa corrigir com urgência a fim de evitar novas catástrofes ambientais e elevar seu conceito de país sério em desenvolvimento e preocupado com os impactos lançado ao meio ambiente.