O rompimento da barragem de Fundão em Mariana, que liberou uma enxurrada de rejeitos de minério de Ferro, teve suas consequências propagadas a mais de 600km de distância. Além das mortes e das centenas de pessoas desalojadas, a tragédia deixou um rastro de danos ambientais, sociais, e econômicos difíceis de serem dimensionados. Durante o trajeto que a lama percorreu, passando pelo Rio Doce até chegar ao litoral do Espírito Santo, houve a destruição de um grande ecossistema aquático, além do assoreamento de vários rios, causando não só uma extrema perda ambiental, mas também atingindo as inúmeras comunidades da região que dependiam da pesca e do turismo. O desastre de Mariana evidência um grande paradoxo do Estado de Minas Gerais. Ao mesmo tempo que precisa combater os riscos da mineração, punindo por exemplo os responsáveis por esse acidente, tem uma economia que depende excessivamente da atividade em si, e das atividades impulsionadas por ela. Em suma, o grande desafio dessa e das outras regiões do país é crescer com ganhos econômicos efetivos, preservando o meio ambiente e a segurança da população. Com isso cria-se a necessidade de rever a eficiência das legislações já existentes, aumentando sua fiscalização e criando um novo código de mineração, que seja mais rígido, e que corrija também os erros que levaram ao desastre de Mariana.