A humanização no atendimento à saúde tem sido objeto de discussão nacional e internacional. O distanciamento entre profissional e o paciente é cada vez mais comum, e pode ser ocasionado por uma série de fatores; que vão desde a deficiência estrutural e de recursos hospitalares à fatores psicossociais. Sabe-se que o acesso saúde básica e de qualidade é precária no Brasil. Em sua grande maioria, os hospitais brasileiros sofrem com a má estrutura e a falta de recursos. Medicamentos, luvas, macas e até profissionais de saúde estão em deficiência. Muitos médicos e enfermeiros optam por trabalhar em empresas privadas devido a melhores condições de trabalho. Além disso, esses profissionais geralmente trabalham em jornadas duplas ou triplas, não conseguem conciliar a vida pessoal com a profissional e sofrem com a sobrecarga e o cansaço. Juntos, esses fatores, em grande parte dos casos, são os responsáveis pela falta de sensibilidade com o paciente, fazendo com que o mesmo se torne apenas mais um número. Notoriamente, existem também profissionais mal qualificados e outros que estão nesta área apenas para fins lucrativos. Há pesquisadores que confrontam a humanização com o avanço tecnológico. Com o argumento de que em meio a tantas máquinas, o contato com paciente também se torna mecânico, fazendo assim com que o profissional lide de forma fria e calculista com quem está sendo atendido. Fica claro que o Estado tem o dever de priorizar e melhorar a estrutura dos hospitais e de investir no fornecimento de recursos, qualitativos e quantitativos, necessário. A relação entre a tecnologia e o profissional deve ser conciliada e, esse, deve passar a ouvir o paciente e ter maior cautela com os casos atendidos. Para isso, os profissionais e os futuros profissionais devem ter consciência de que lidarão com vidas e, as faculdades devem adicionar aos cursos da área de saúde disciplinas que preparem seus alunos para esse cenário.