Apesar de a humanização no atendimento à saúde ser imprescindível,tal conduta tem sido negligenciada,afinal, segundo o cientista Bernard Lown,a medicina jamais teve a capacidade de atender as necessidades das pessoas como hoje,porém,os indivíduos nunca estiveram tão desencantados com seus médicos.Isso se deve,sobretudo,à influência demasiada dos aparatos tecnológicos em substituição ao diálogo com o paciente,aliado à supervalorização do ter em detrimento do ser. Com efeito,é válido salutar a importância de ações mais humanitárias,como o acolhimento do paciente com educação,respeito e pontualidade,para a melhoria do atendimento médico-hospitalar,pois tais atitudes permitem que o enfermo desenvolva mais confiança e segurança em relação aos serviços prestados pelo profissional da saúde. No entanto,tal realidade,muitas vezes,não se configura como deveria,uma vez que as consultas médicas, em grande maioria,tem se tornado essencialmente mecânicas,muitas vezes,limitadas a uma investigação fria e objetiva,ou mesmo, à mera descrição técnica dos sintomas e da evolução de uma doença,o que tem distanciado o paciente do profissional da saúde.Tal mácula ocorre,por vezes,devido à alta demanda de casos na maior parte dos hospitais brasileiros,além do uso excessivo de aparelhos tecnológicos em detrimento do atendimento prestado por meio de diálogos com o paciente. Sob a mesma ótica,há milênios de anos atrás,Hipócrates,considerado o “pai da medicina”,afirmava que “ a saúde do meu doente será a minha primeira preocupação”.Um exemplo dessa conduta humanizada atualmente é o projeto Médicos Sem Fronteiras cujo objetivo principal é prestar auxílio às pessoas carentes,como refugiados, de quaisquer partes do mundo.Tais ações,todavia,são bastante escassas,visto que diversos profissionais supervalorizam o lucro e o próprio bem-estar,em vez de priorizar o doente.Tal realidade é evidenciada,essencialmente no Brasil,onde pouquíssimos médicos estão dispostos a atender a alta demanda de assistência básica no interior do País,pois, muitas vezes o salário é inferior em relação às metrópoles e não há,geralmente,recursos de excelência para o atendimento.Diante desse cenário,cada vez mais a sociedade questiona se o principal foco dos profissionais da saúde é,de fato,ajudar o próximo. Destarte,é mister,inicialmente,a atuação do Ministério da Saúde,em parceria com empresas privadas,na promoção de projetos que desenvolvam “feedbacks” com os profissionais da saúde e com os pacientes,com o fim de formular soluções que os aproximem durante o atendimento médico-hospitalar.Além disso, é essencial a associação de profissionais do Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar(PNHAH) com a mídia,com o fim de elaborar anúncios publicitários,bem como realizar fóruns,os quais visem conscientizar a sociedade acerca da importância da humanização no atendimento à saúde.Por fim, cabe às instituições governamentais ampliarem mecanismos de ouvidoria popular,por intermédio de canais telefônicos,como forma de proporcionar à população meios para desenvolver denúncias,questionamentos e soluções em relação à saúde pública.