Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Humanização no Atendimento à Saúde.

Redação enviada em 11/07/2018

Nas narrativas bíblicas, os acometidos por lepra eram estigmatizados e segregados da sociedade devido à escassez de conhecimento sobre o tratamento da doença. De maneira análoga a essa situação, a falta de humanização nos atendimentos à saúde ainda persiste atualmente no Brasil, visto que a maioria dos pacientes não tem conhecimento dos processos médicos e fica desnorteada ao precisar deles. Além disso, a relação estabelecida pela equipe hospitalar com o assistido e familiares nem sempre tem como principais diretrizes a atenção, empatia e comprometimento com a restauração da integridade física e emocional do doente. Desse modo, é necessário que a direção dos hospitais, além de treinar seus profissionais para proporcionarem um tratamento mais agradável ao paciente, deve exigir que médicos e enfermeiros informem e expliquem de maneira clara, objetiva e compreensível os procedimentos aos quais o enfermo será submetido. Dada a importância da erradicação da epidemia de varíola no Rio de Janeiro, em 1904, Oswaldo Cruz, médico e sanitarista brasileiro, liderou uma campanha de vacinação com intuito de controlar essa doença. Contudo, por naquele tempo ser formada majoritariamente por pessoas de classe menos favorecida e pequeno grau de instrução, a população carioca não conhecia o funcionamento de uma vacina, logo, decidiram não tomá-la. Semelhante ao fato histórico, o povo brasileiro ainda conhece pouco sobre tratamentos de enfermidades, o que acarreta demora no processo de cura, agravando a situação de fraqueza física e emocional do paciente. Segundo o escritor Leonardo Boff, “cuidar é mais que um ato, representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro”.Desse modo, os centros médicos, encarregados de tratar os pacientes, devem mostrar competência e comprometimento necessários para o restabelecimento da integridade do enfermo. A partir dessa premissa, em maio de 2000, foi criado o Projeto de Humanização Hospitalar pelo Ministério da Saúde com o intuito de promover uma nova cultura de atendimento médico que apoie melhorias na qualidade e eficiência dos serviços prestados. Entretanto, situações que explicitam a falta de empatia e, muitas vezes, o descaso com a situação de fragilidade e debilidade emocional e física do paciente têm se tornado frequentes em muitos hospitais brasileiros. Dessarte, para que não permaneçam os resquícios da postura presente nas narrativas bíblicas, é necessário que a direção dos hospitais exija que seus médicos e enfermeiros relatem e expliquem ao paciente todos os procedimentos aos quais ele está sendo submetido, pois estando ciente disso, poderá colaborar em sua recuperação. Ademais, os centros médicos devem oferecer cursos aos seus funcionários que visem a melhorar o cuidado com o enfermo, tendo em vista que é preciso empenho máximo para restaurar a vitalidade de um doente. Desse modo, com o entendimento, mesmo que parcial, de seu quadro de saúde, associado a uma assistência médica adequada e baseada em princípios humanitários, o paciente brasileiro receberá tratamento condizente a sua dignidade enquanto ser humano.