Tornou-se característica na maioria dos países subdesenvolvidos, incluindo o Brasil, o crescimento rápido e desordenado das cidades. Infelizmente, esse fato não ocorreu acompanhado por uma boa infraestrutura fornecida pelos serviços públicos, principalmente na área da saúde. Desse modo, o direito constitucional a vida da população constantemente vem sendo colocado em risco, enfrentando vários desafios e gerando consequências como a desumanização nos atendimentos prestados. Primeiramente, é importante observar que todo profissional para realizar de maneira eficaz seu trabalho, deve ter as condições dignas e necessárias. Dessa forma, embora a maioria dos trabalhadores da saúde sejam qualificados para exercer os cargos, o ambiente em que eles se encontram gera uma enorme sobrecarga no ser humano e interfere negativamente no psicológico de cada um. A falta de estrutura que varia de uma simples gaze, ambulâncias e até mesmo um desfibrilador, aliado a enorme demanda de pacientes, faz com que esses profissionais trabalhem desmotivados e com o controle emocional desestabilizado, interferindo no atendimento a população. Por outro lado, por mais que o local de trabalho dos médicos e enfermeiros torne-se muitas vezes tão caótico, seja na rede pública ou privada, é notória a elevada falta de sensibilidade profissional de alguns, que acabam gerando um verdadeiro distanciamento entre o especialista e seu “cliente”. Por consequência, diante da impunidade que se observa no país, tornaram-se comuns episódios de negligencia a atendimentos aos pacientes, além de erros em medicamentos e diagnósticos resultando em sequelas irreversíveis ou na morte de várias pessoas. Diante do exposto, é evidente que o sistema de saúde vigente enfrenta várias dificuldades e necessita urgentemente de mais investimentos do poder público para a reestruturação das unidades e criação de novas. Além disso, é preciso a implantação nas faculdades e cursos da área de disciplinas voltadas para o olhar social, em que o profissional melhore sua interação com o enfermo. Por fim, é necessária também a fiscalização dos Estados e Municípios nesses locais de trabalhos, visando o cumprimento dos direitos dos cidadãos a um atendimento de qualidade e o respeito aos direitos humanos.