Título da redação:

O humano por trás da máquina

Proposta: Humanização no Atendimento à Saúde.

Redação enviada em 26/10/2015

O conceito de humanização aplicado ao atendimento à saúde, segundo O Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), trata-se da união entre os avanços tecnológicos e o bom relacionamento, visando a eficácia do procedimento e a satisfação do paciente. No entanto, apesar do fomento de órgãos e governo à essa prática, o cenário da saúde pública nacional não tem se mostrado condizente com essas definições. Oque se vê é cada vez mais a troca do bem-estar do indivíduo pelo bom funcionamento da máquina biológica. Frequentemente pode-se encontrar na mídia nacional notícias que revelam verdadeiros desastres em âmbito hospitalar. A temática sobre a negligencia de profissionais da saúde para com pacientes tem sido bem explorada por esses veículos. A discussão, no entanto, não se perpetuou por onde deveria: as universidades. Como local de formação, essas instituições possuem o poder de moldar o modo de agir de seus alunos, o que se refletirá na conduta do futuro profissional no mercado de trabalho. Ao manter o enfoque exclusivamente sobre o diagnóstico e tratamento de doenças, as faculdades têm deixado de lado o desenvolvimento de uma importante habilidade em seus acadêmicos, o relacionamento interpessoal. O resultado é a formação de médicos e enfermeiros sem inteligência emocional para conciliar o bom relacionamento com seus pacientes às suas realidades, o que os fragilizam ainda mais em um momento de dificuldade. Além disso, o atual cenário de escassez de médicos no país faz com que os profissionais em exercício fiquem sobrecarregados. Dessa forma, buscam nas tecnologias e na redução do tempo de atenção aos seus pacientes uma maneira de agilizar sua rotina. Fazendo isso, ignoram relatos e informações preciosas que poderiam ser utilizados em sua decisão ou, ao menos, como forma de desabafo e conforto àquele que sofre. Portanto, faz-se necessário a adequação de matérias sobre a humanização do atendimento na grade curricular das instituições de formação de profissionais da saúde, bem como a mudança de enfoque sobre a lida com o paciente, que deve ser retirado da condição de mera máquina biológica carente de ajustes, para o de ser vivo complexo e passível de se estabelecer uma boa relação. Somente assim, tanto médicos como pacientes deixaram de ser máquinas uns aos olhos dos outros.