É muito comum que, com o passar dos anos, as relações interpessoais percam o destaque em meio às relações que se dão de maneira rasa e fria. Porém, na questão da saúde e do atendimento humano, não se pode permitir que as relações mais cuidadosas e atentas às pessoas que estão passando por um momento de fragilidade física e emocional sejam ignoradas. Estas relações, tão importantes, consistem no atendimento humanizado. Valorizar a humanização do atendimento não propõe retrocesso tecnológico. No trecho do artigo científico de análise do discurso oficial sobre a humanização da assistência hospitalar, nota-se que tecnologia deve somar-se a boa relação, atenta ao paciente, para que se ofereça atendimento de real qualidade. O oposto, valorização dos recursos tecnológicos trás consigo a desumanização do cuidado. Esta desumanização -o tratamento indiferente aos problemas e queixas pessoais dos pacientes- pode, de fato, levar à morte do mesmo ou ao extremo sofrimento, como se percebe no ensaio "Fabricando histórias: direito, literatura, vida". Este, tem como proposta o conceito de medicina narrativa, que, em atuação, já começou a reduzir o número de mortes causadas pelo tratamento impessoal. Somente após análise do que a pessoa a ser tratada tem a dizer, que se pode decidir o que fazer a respeito do seu caso. Artigo e ensaio relacionam-se no que se refere à importância vital do relacionamento atencioso e pessoal do corpo hospitalar para com o paciente. E no que diz respeito à boa condição emocional para melhor evolução de seus casos quanto à intervenção médica que sofreram. Ambos confirmam que no acompanhamento médico, ainda que com tecnologia avançada, deve-se considerar sempre o fator humano.