Quando se fala em saúde pública, a maioria dos brasileiros pensa em pronto – socorros lotados, enfermos nos corredores dos hospitais por causa da falta de leitos, descaso com a população. Falta, nesse panorama, aquilo de que a sociedade mais necessita: um cuidado médico humanizado e atencioso. A humanização é praticada quando o médico vê o paciente como um indivíduo único, ouvindo e considerando com atenção o que ele relata e tratando-o com respeito e dedicação. Essa relação é muito importante no tratamento dos indivíduos. Um paciente que confia em seu médico se sentirá mais confortável em ser honesto sobre questões pessoais, o que pode fazer uma grande diferença no diagnóstico e cura. Um bom exemplo de atendimento humanizado é dado pelos “Médicos Sem Fronteiras”, organização não governamental que leva assistência médica para populações de todo o planeta que carecem desse serviço. Em condições precárias e com poucos recursos, oferecem às pessoas o melhor cuidado possível. Porém, o que se vê na saúde do país são médicos trabalhando sem estrutura, sem material ideal e cobrindo a falta de outros profissionais, tudo isso em longas jornadas de trabalho. Criam-se cada vez mais médicos esgotados. O SUS (Sistema Único de Saúde), criado pela Constituição de 1988, com objetivo de garantir atendimento de qualidade a todos os cidadãos, é hoje visto pela maioria da população como algo ruim. Para mudar esta situação, o Governo deve melhorar a estrutura dos locais de atendimento de saúde, contratando mais profissionais, garantindo um número adequado de leitos e de materiais hospitalares, criando assim condições para que os profissionais da saúde façam seu trabalho da melhor maneira possível. Além disso, é preciso que as faculdades de Medicina ensinem aos seus alunos que o atendimento humanizado faz parte da profissão. Para salvar o SUS, a saúde brasileira precisa passar por uma revolução, que começa com a humanização.